OBSERVANDO A VIDA
I
Admiro muito o jovem jardineiro que trabalha nas casas por aqui.
Vejo-o passar, no final da tarde, carregando com cuidado as ferramentas, cabeça erguida, sorriso tímido, como se pensasse:
— Hoje, eu fiz um belo trabalho!
E, quando o convido para plantar flores no meu jardim, ele parece se sentir ainda mais feliz, ainda mais orgulhoso, e continua a sorrir, timidamente...
II
Antigamente, quando eu tinha todos os fios do meu cabelo da mesma cor, os meninos da rua me chamavam de "mana". Tempos depois, já com alguns fios brancos, começaram a me chamar de "tia". Agora, com o cabelo já todo grisalho, me chamam de "vó".
Se, pelos menos, sendo irmã, tia ou avó desses meninos, eles se sentissem mais amados, mais protegidos, eu me sentiria mais feliz, acreditando que tenho, além de uma pequena família, outra, bem grande, fora de casa.
Leninha
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