CADERNO DE SARAMAGO (*)

                No ano da morte de ricardo reis de todos os nomes e poemas possíveis, eu o homem duplicado, após a leitura do evangelho segundo jesus cristo, quis escrever um ensaio sobre a cegueira
                levantado do chão, objecto quase, deste mundo e do outro, capitulei diante das intermitências da morte
                então já noite, pronta a bagagem do viajante, o caderno à mão, iniciei a viagem do elefante numa jangada de pedra
                dos meus apontamentos, pequenas memórias do ano de 1993, sei da maior flor do mundo
                estive numa caverna até chegar à terra do pecado, lá descobri -- caim hodierno – o dissoluto absolvido, provavelmente alegria.

Afonso de Castro Gonçalves

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( *) No texto em prosa poética, o autor cita 22 (vinte e dois) títulos do escritor português José Saramago.

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