É DIA DE FEIRA
É segunda-feira. Está anoitecendo na cidade de Caruaru – a capital do forró. Como por passe de mágica, numa extensão de alguns quilômetros, ruas se transformam num imenso mercado ao ar livre. É a Feira da Sulanca de Caruaru, que nos últimos anos, funciona como pólo de compra pare feirantes e vendedores autônomos – os (as) sulanqueiros (as) – de várias cidade pernambucanas e, quem sabe, nordestinas.
Ônibus, vans, jeeps são fretados, semanalmente, por pequenos e médios comerciantes que, em Caruaru, abastecem seus comércios. Numa verdadeira maratona, noite afora. Para driblar a multidão, que vem e vai, entre as ruas tomadas por milhares de barracas. Para desviar dos carros de mão e carroças, apinhadas de mercadorias e empurradas aos gritos por seus condutores: “Olha o pesado!... Lá vem o quente!” Nessa hora é um tal de se cumprimir na multidão... se grudar na barraca do lado... parar mesmo de andar na fila indiana... ou, então, cortar caminho para uma ruela menos obstruída.
E o peso dos sacolões?!... Cada vez mais difícil de conduzir, à medida que se enchem de confecções diversas, o cansaço aumenta, as horas passam e a madrugada se aproxima. Mais pessoas continuam chegando à feira, cuja imagem parece a de um grande formigueiro em frenética atividade. Até a madrugada da terça-feira. Lá para às 9 horas, os sulanqueiros recolhem as sobras das mercadorias e, literalmente, levantam as barracas, para o merecido descanso de mais uma Feira da Sulanca de Caruaru.
Naquela cidade do agreste pernambucano, a tradicional Feira de Caruaru, “que tem tudo pra gente ver” continua mobilizando multidões nos dias de sábado. Merecendo, ainda, destaque a Feira de Artesanato, diariamente, e a Feira do Paraguai, de produtos importados.
Uma inusitada experiência para aqueles acostumados às compras de shoppings.
Thelma Regina Siqueira Linhares