A mala
Alguém me ofereceu uma mala novinha... e eu pensei bem e resolvi ficar com a minha.
Como? você iria perguntar... e eu digo porquê.
Porque minha mala está com o meu cheiro, ela vem repleta de coisinhas que fui colocando ali ao redor dela, em seu fundo fui colando minhas roupas pesadas, aquelas que só uso mesmo em último caso, como minha voz grave ou de brava porque não me lembro de tê-las usado a vida inteira mas, estava lá para eu poder usá-las.
Depois algumas um pouco mais leves mas, para os dias de inverno... essas usei muito toda a minha vida, são minhas lágrimas, que mesmo escondidas das pessoas brotavam e brotam ainda de mim.
Depois algumas coisas importantes como meus documentos... que me recordam sentimentos profundos como meu Amor ao próximo, meu carinho para meu companheiro, minha amizade para meus filhos e todo ardor para um inusitado e livre pessoa que me queira assim como eu sou, como me chamo às vezes "louca de carteirinha" .Porque para ser "louco" considerado normal há de ter metodologia em sua loucura mas, o "louco de carteirinha" te dá a liberdade de fazer ou dizer o que quiser... porque já é louco mesmo e considerado pela sociedade e seus amigos como louco... então viramos "exóticos" se formos um pouco intelectulizados, ou de classe alta ou em uma posição social respeitável, vale também aqui aquela posição que mesmo sem ter nascido rico de dinheiro, adquire-se intelectualidade não por DNA mas, por sua própria individualidade...
Se for só louco e pobre, coitado é num manicômio que irão te internar... aí no meu caso, seria algo, no mínimo, cômico.
Acho que não ia deixar demente com sua própria mente, faria uma revolução para nenhum "Che" (Guevara) botar senão... mudaria tudo, hábitos, costumes e a dona "Norminha" (de norma, lei, regra) iria comer miudinho na minha mão...
Falar sem preconceitos meus preceitos, ah!!! estou com a mala pronta! Para ir e vir o tempo todo e a qualquer lugar... aqui na terra ou além dela, desde que eu possa conjugar o verbo Amar".
Rosy Beltrão