"Reencontrei o Kazé Magalhães em 2003 no Rio de Janeiro e ele me contou que estava morando na Bahia, me mostrou as novidades editoriais e me presenteoou com o seu belíssimo livro - O NOME DO VENTO - , belíssimo livro com poemas detonadores de grandes possibilidades linguístias. No mais, fico triste ao saber que esse grande poeta se foi, nos deixando à deriva, neste mundo cheio de poetas-funcionários. Kazé era algo de rebeldia e explendor, uma parte de cada um de nós também morreu naquele corpo magro, quase raquítico e com tamanha verve".

Jiddu Saldanha - Fevereiro de 2007


O que mais eu admirava em Zeca Magalhães, era a sua postura extremamente coerente: ele acreditava que a poesia era instrumento de transformação social e nessa linha atuou o tempo todo, promovendo um intenso trabalho de base através da poesia. Era um dos únicos poetas de mimeógrafo que se orgulhava do que fazia, justamente porque este tipo de produção independente adaptava-se ao seu modo de agir: poesia para o povo. Foi um poeta marginal autêntico, porque publicava seus poemas à margem das grandes editoras: fazia, distribuía, vendia, interferindo pessoalmente em todas as fases de produção. Nunca escudou-se no parentesco com Graça Aranha para promover-se, também nunca o vi desanimado ou triste em nenhum dos eventos performáticos em que estivemos juntos no Rio. E é assim que me lembrarei dele: sempre incansável, sempre movido à poesia.

Leila Míccolis
fevº 07

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Foto preciosíssima enviada por Jiddy Saldanha

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