SEJA BEM-VINDO, SUA SANTIDADE!
A vinda de Sua Santidade Bento XVI nos livrou, pelo menos temporariamente, do noticiário policial: o Brasil e os brasileiros não são a gente e o lugar onde só existem balas perdidas, fuzis, corrupção, pobreza, miséria, enfim a guerra.
Nós, a grande maioria, ao contrário, somos alegres, cordiais, simples, honestos e religiosos.
O encontro com Bento XVI nos revelou um Papa humilde e alegre.
Conservador? Bem... todo líder religioso tem de ser conservador dos antigos estamentos do passado. É sempre um guardião do que nos vem da tradição, dos bens éticos do passado.
Como budista praticante há exatamente quarenta anos, reconhecemos na Santa Madre Igreja e no Santo Papa um dos mais preciosos bens livres e comuns da humanidade. Cristo é um exemplo de compaixão em sua vida e em suas palavras.
Quando esteve no Brasil, em 1992, S. S. Dalai Lama disse que "as diferentes religiões têm o seu valor para cultivarmos essas qualidades humanas fundamentais". E na reunião do comitê a que assistimos, nas Paineiras, onde ele estava hospedado, disse-nos que não devíamos abandonar nossa tradição cristã para tornar-nos budistas. E quando subiu ao Corcovado fez um gesto que surpreendeu: ele se prosternou diante da estátua de Cristo, que só agora foi considerada um monumento sagrado.
Por tudo isso é que devemos nós, os budistas, nos exultar com a presença do Santo Padre, símbolo maior da cristandade.
Rogel Samuel