Pátria amada, Brasil!

7 de setembro!
Dia do quê, mesmo? Dizem que é da Independência, mas deveria ser DIA DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL com relação a Portugal, pois ainda nos prendem os grilhões da dívida externa. Viramos colônia dos gringos que aportam (ou pousam?) com malas repletas de papéis para serem assinados em nome do povo. Meia dúzia de pa(teta)rlamentares negociam nossa fome, nossas doenças, nossas casas, nossos empregos; verificam por quanto tempo ainda conseguem "empurrar com a barriga" (para o próximo "representante da nação"), que vantagens conseguem em prol do seu próprio bolso (garantindo seu emprego até que a próxima crise ou escândalo os separe do poder) e voilá: canetam (com uma Aurora ou Mont Blanc!) o fatídico documento, rubricam a sentença de miséria em "n" cópias, com firma (fantasma) reconhecida e tudo o que têm direito.
Pintam e bordam (em euros ou dólares, claro!) nosso destino até que a próxima "equipe de negociação" (ou seria "gangue de demolição" do país?) assuma a caneta e recheie sua carteira.
E assim, quarto, terceiro ou segundo mundo – se é que há mundos dentro do mundo (seriam, estes, submundos?) –, continuamos fabricando miséria, sustentando o caviar e a BMW dos verdadeiros bandidos, aqueles organizados em gangues de colarinhos brancos, dando porrada na periferia à procura dos representantes do PCC. Pensando bem, esse tal de PCC não seria sigla de partido político? Quem sabe Partido dos Cobradores Coletivos; Partido dos Confinados no Cárcere; Partido dos Chefes do Crime? Tudo o que acontece agora é culpa do PCC. Se o cara está preso e tem grana, é do PCC; se sumir dinheiro no Banco, foi o PCC que desviou; se esse ou aquele candidato ganhar a eleição, a culpa é do PCC, que arrumou uma maneira de doar dinheiro pro seu candidato – frente às novas regras eleitorais. Enfim: a propaganda é a alma do negócio, e, sob esse prisma, talvez PCC queira dizer Propaganda Criminalmente Correta!
Em todo o caso, por via das dúvidas e das certezas, participemos do Desfile de 7 de setembro. Afinal, nesse dia, o valoroso Exército Brasileiro se arruma todo, abastece veículos, passa uniforme, sai da caserna, faz pose de uma importância que só teve em dias passados (embora essa "importância" tenha se afigurado por meio do terror), se enche de medalhas, senta no palanque ao lado daqueles que um dia combateram em inflamados discursos (de ambas as partes), confraternizam com seus antigos inimigos, e comemoremos o DIA NACIONAL DA LAVADEIRA: só tanque e trouxa na rua – bom pra gringo ver!

Thaty Marcondes

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