O SPUTNIK
No dia 4 de outubro de 1957, a então União Soviética enviava ao espaço o primeiro satélite artificial da História, o Sputnik, iniciando a corrida espacial contra os Estados Unidos.
O Sputinik era uma esfera metálica de 83 quilos, dotada de quatro antenas e dois transmissores de rádio. Foi lançado no Cazaquistão, às 2 horas e 28 minutos daquele dia, acoplado a um foguete R7, antecessesor do Soyuz.
Um mês depois do lançamento do Sputnik 1, os soviéticos colocaram em órbita a cachorrinha Laika, a bordo do Sputnik.
Nesse mesmo local, quatro anos depois, em 12 de abril de 1961, a União Soviética mantinha a liderança da corrida espacial, lançado ao espaço o astronauta russo Yuri Gagarin, o primeiro homem a viajar ao espaço sideral.
Juros que nas noites limpas do Pina, quando o céu era de brigadeiro, procurei em vão com meus olhos de menino essa estranha maquinária flutuando entre as estrelas, na abóbada celeste.
Se o Sputink a mim não se mostrou, inspirou, juntamente com a corrida espacial, a vários compositores populares, cronistas da sua época, como o paraibano Jackson do Pandeiro e o pernambucano Gildo Branco que os cantaram embalados pelos ritmos do Nordeste.
Do primeiro, lembro do côco onde ele misturava o Sputnik com o Graff Zepellin, fazendo do Campo do jiquiá, local recifense onde está localizada a única torre de atracagem do dirigível aina existente no mundo local de lançamento de naves espaciais: "Eu vou pra lua, / mamãe eu vou morar lá, / pego o meu Sputnik no Campo do Jiquiá".
Do segundo, lembro do frevo "A Lua Disse", sucesso do carnaval de 1962 na voz de Evaldo França: "Gagarin subiu, subiu, subiu, / foi até ao espaço sideral, / chegou perto da Lua e sorriu, / vou embora pro Brasil que o negócio é Carnaval. / A Lua disse, não vá, demore mais, / pois ouvi que lá Terra querem me passar pra trás. / Mas o Gagarin não ligou e deu no pé, / vou mesmo pro Brasil eu quero é conhecer Pelé".
Clóvis Campêlo