TREZE

          Aos 13 anos, um menino começa a se transformar em homem; a menina-moça já menstrua; os dois já podem gerar vida.
          Aos 13 minutos do primeiro ou do segundo tempo, um jogador pode fazer um gol, após uma jogada “mágica”, mudando o destino de um time, de um torcedor, de um juiz, de uma criança que nasce e que pode, em sua homenagem, receber seu nome, mudar um destino
          Aos 13 minutos, em água fervente, um ovo estará cozido e pronto pra ser ingerido sem perigo de nenhuma espécie de contaminação – apenas transformação: vida comendo vira, criando vira, gerando vida.
          O número 13 é um número mágico; é primo, e não irmão, por isso é único e original: só se divide por um e por ele mesmo – exclusivíssimo e charmoso – cheio de personalidade.
          Aos 13 anos, Blocos – que é único – continua sua trajetória de sucesso e competência: adolescente na idade, porém, adulto de responsabilidade, escolhendo a dedo e bom gosto – posto que teve ótima educação e orientação – todo o seu conteúdo: imperdível, sempre.
          Aos 13 anos, convidados que somos para a festa, chegamos democraticamente, trazendo nossa música preferida, nossa roupa mais confortável, a comida mais agradável, o melhor perfume, nossa essência, uma imagem de alguém querido ou apenas uma paisagem; alguns comparecem com um poema ou uma boa prosa, uma boa conversa daquelas de “pé de fogão à lenha ” ou ao lado da lareira, talvez tecidas naquela manta xadrez da infância, pra esquentar as noites frias do inverno de julho; quem sabe portando aquela xícara favorita, saboreando algo igualmente quente e saboroso que aqueça nossa alma, instigue nosso cérebro, dê alento ao conversê – coisa de comadre e compadre, gente íntima e agregada à família.
          O que importa é que nesse aniversário, em volta desses 13 anos, a roda se forme à espera da pose sorridente e feliz, revelando o orgulho e satisfação dos pais.
          Leila e Urha: olha o passarinho!

Thaty Marcondes

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