INTERMINÁVEIS CONCEITOS DE ARTE

Os inúmeros conceitos da arte dariam para preencher ilimitadas enciclopédias. É comum vê-las em apresentações, catálogos, ensaios, palestras, citações de autores com seus pensamentos. Alguns declinam em opinar que as ideias são um elo de interseção na verdadeira arte, outros se posicionam que o perfil espontâneo ou plástico não é um meio certo de conceituar a arte e por aí vai.
De quê modo se forma um artista atualmente? Como é sua trajetória para criar uma obra de arte? Uma série de conceitos surgem, entre eles o fator histórico, como por exemplo: os artistas que vivenciaram profundas crises políticas sociais relevantes. Os valores éticos e econômicos também são suportes e também usados para legitimar a arte.
No início do séc/XX os diferentes meios materiais não convencionais foram utilizados para afirmar o surgimento de tendências e propiciar um distanciamento mais "realista" em relação ao seu tempo.
Estávamos diante da inovação atrelada ao deslanche das civilizações industriais em franco crescimento tecnológico — o incentivo do novo e o combate do velho.
A experimentação nas artes plásticas não está tão distante da incessante busca da "modernidade" onde o novo produto a ser lançado deve propiciar benefícios em vários setores, cobrindo itens inerente ao prazer do Homem e ao seu consumo.
Este mesmo esquema é visto em tarefas artísticas múltiplas tidas como mais viscerais ou engajadas — a ideia é descrita para que o espectador possa compreender o objetivo do artista em alertar para elementos e formas que simplificarão o hermetismo e o pragmatismo da obra.
Há segemtos críticos que valorizam essa complexidade acima citada, considerando o afastamento, algo que acena para o coletivo não dando tanta importância para o individual. São no todo conceitos filosóficos e como tal podem ser aceitos ou não.
Há conceitos que afirmam um estranhamento na Arte em relação a sua integração com a sociedade. A arte dentro dessa reflexão estaria longe de poder interagir completamente com a sociedade. A definição de povo nos vários ciclos históricos; o trabalho envolto na produção; a divisão de classes — a vida política e social são sinalizações que a filosofia da arte estuda.
Entre as correntes contemporâneas há os que afirmam que é impossível ser neutro na arte contemporânea, a trajetória da produção atual sem dúvida está ligada a "esquemas" mais preocupados com a demanda do que com o conteúdo. O capitalismo voraz põe suas garas sobre a legitimização da "obra de arte" e cada vez mais os conceitos não estão voltados para um embasamento que permitar avaliar com coerência a situação real da criação artística.
A reflexão da crítica de arte adota uma parcialidade, que de todo não é um defeito, pois desde a sua existência falar de arte é também falar do artista e dessa forma não há como se obter uma exclusão total.

Vicente de Percia

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