Numa data especial
l O tempo se enovela e nos arrasta, poetamos, mas nem todos nos decifram.Sonos anjos arautos, somos esfinges, espéculos, tonel das Danaiades, caixa de Pandoras, relicários, sudários, graais, livros-das-sombras.
Todas as marcas do Mundo se redesenham nas faces de nossa alma e escoam pelos poros de nossa imaginação... Escrevemos como quem sorri, escrevemos como quem chora. Oferecemos nossos rebentos e muitas vezes, seguem nus, noutras, vestidos de orvalho , numas, de cambrais bordadas... Em muitas ocasiões, malfeitores do verbo, roubam-nos a autoria. Ainda não há delegacias especializadas em crimes contra a Poesia. Quantos a deturpam ou trucidam, declamando-a mal ou analisando-a a dissecar nossos versos de forma grosseira?
Afinal, quem compreenderá nosso tanto de angústia existencial mesclado à nossa força de cantar?
Dia internacional da poesia, essa fantasia alada que emvão alça vôos altíssimos, sem ninguém para a alcançar, exceto outros poetas, mas esses...estão atrás do feijão e do pão!!!
Clevane Pessoa de Araújo
em 21/03/2005 Belo Horizonte, Minas Gerais