MASCARADOS

“Quem é você //... hoje os dois mascarados //... Mas é carnaval / Não me diga mais
Quem é você //... deixa o dia raiar / Que hoje sou eu / Da maneira que você quer/
O que você pedir / Eu lhe dou / Seja você quem for..."

               Chico Buarque em sua música A Noite dos Mascarados, mostra como tema central o necessário para brincarmos sem medo no carnaval, onde podemos fugir de determinado momento da vida e passar a viver o sonho, nosso querer e o nos colocarmos na passarela.

              A máscara esconde o tempo e o transforma muitas vezes em passado, retornando em horas que perseguimos até chegarmos ao carnaval, em plano pessoal que motiva, desafia e ainda diverte como retratam Zé Kéti e Elton Medeiros:

“...É só nos carnavais / encontrava-te sem encontrar este teu lindo / olhar.../
na esperança de que tivesse esta máscara / que sempre me fez mal /
mal que findou só / depois do carnaval.”

              Os mascarados encontram a inspiração para reinventar os dias de carnaval, descobrindo as cores da alegria; também, o símbolo de criação, como em Carybé que foi um dos pintores que melhor retratou a beleza e o colorido da alma e da vida baiana, sempre presente na arte popular. E em Romero Brito que, através da sua arte alegre e colorida, criou personagens inspirados no carnaval do Nordeste e do Rio de Janeiro. E Francisco Alvim, inspirado, descreve: “C arnaval // Sol //...O mundo, uma fantasia...”

              Os mascarados fazem do carnaval o espaço para se sentirem livres e levarem esses dias ao limite da inspiração. Ganham embalo nas passarelas, durante os desfiles.

“Brasileiro é alegre, um ser dotado de musicalidade incrível”
Bibi Ferreira

É preciso ter vontade, alegria e coragem, no entanto, com as máscaras, tornam-se desconhecidos e para quem tudo se torna permitido: novos amigos, novos passos, muita purpurina e fantasias, como na marchinha de Zé Kéti e Pereira Mattos,

“Quanto riso, oh / Quanta alegria //... Na mesma máscara negra /
que se esconde teu rosto / eu quero matar a saudade /
vou beijar-te agora / não me leve a mal / hoje é carnaval.”

Tânia Du Bois

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