HOMENAGEM A EVA WILMA

No primeiro semestre do ano de 1991, eu fiz uma reportagem com a atriz Eva Wilma, para a revista Contigo. Desde então, a idéia de algum dia prestar-lhe uma homenagem veio à minha mente. Mas a vida segue seu percurso tão rapidamente que a gente nem percebe o tempo passando e quando se dá conta vê que já se passaram vinte anos.

Lembro-me da emoção que senti quando o editor da revista deu-me a incumbência de entrevistá-la. Surgiu-me, então, aquela imagem bonita e gentil de Alô Doçura, que tornou mais feliz os meus tempos de menina!

Naquela época (1953) uma televisão, ainda em preto e branco, era um artigo de luxo e, como a maioria das pessoas, meus pais não podiam possuir.

Quando tio Roberto comprou essa jóia de presente para meus primos, convidou-me para que eu também fosse assistir. E lá ia eu quase que diariamente a casa dele para assistir Alô Doçura! Ficava lá, vendo Eva Wilma e John Herbert, com os olhos brilhando de alegria.

Quem diria que um dia eu seria jornalista e entrevistaria a musa de Alô Doçura! Quando aconteceu fiquei como que sem chão. Nessa outra época, minha experiência como repórter era pouca, pois trabalhava mais com revisão e preparação de textos. Mas, depois de muita batalha, a oportunidade de uma reportagem se apresentava, justamente com uma atriz de primeira grandeza.

E o medo do fracasso! Eva não sabia dessa minha insegurança mesclada ao prazer imenso de conhecê-la pessoalmente, quando ela própria abriu-me a porta de sua casa. Foi tão agradável e tão simpática que todo receio sumiu como um relâmpago; e a entrevista fluiu solta, sob a feliz apreciação de Carlos Zara, que igualmente simpático fez questão de nos preparar um cafezinho.

Bem, acho que foi o melhor café que já tomei em toda a minha vida!

Eva Wilma nunca ficou sabendo de todas essas minhas emoções que hoje descrevo e confesso. E, para realizar o antigo desejo de homenajeá-la é que transcrevo aquela reportagem publicada, na íntegra!

A você, Eva Wilma, a quem considero um belo exemplo como mulher e como profissional, com todo carinho. Que você seja sempre feliz!


REVISTA CONTIGO – EVA WILMA - abril de 1991 – Edição 813

ELA TEM A FORÇA! (*)

“Com um único e certeiro golpe de caratê, Eva Wilma quebrou ao meio uma tábua de dois centímetros de espessura. E – pasmem – nem sequer machucou a mão.

Esse foi o ponto alto de um curso que ela fez em São Paulo, onde aprendeu a colocar em prática todo o potencial de sua força interior.

-- Até o último momento, embora estivesse confiante, eu achei que não conseguiria quebrar a táboa – confessa a atriz. Mas é claro que não fiz o curso para aprender caratê: isso exigiria pelo menos um ano de treino.

A tábua, segundo Vivinha, é um símbolo, uma metáfora. De um lado está tudo que o aluno quer quebrar na vida. E do outro o que almeja. Basta saber treinar a mente para conseguir o que se deseja, ensina o médico brasileiro Lair Ribeiro, professor da Universidade Thomas Jefferson, nos EUA, e responsável pelo curso Excellence and Action, que mudou o modo de ver o mundo da atriz.

-- De repente, você começa a enxergar com mais clareza caminhos que antes pareciam turvos. Você adquire mais coragem e confiança em si mesma – ela diz.

Eva Wilma já havia feito outros cursos com o médico. O primeiro foi o Sintonia, em setembro de 1990, que ganhou de presente de um amigo e - garante – provocou profunda transformação em sua vida.

-- Estou convencida, por exemplo, de que através dele fui motivada a viajar para a Alemanha e rever familiares que não via há mais de quinze anos. Era um desejo antigo, mas sempre me faltava coragem.

Carlos Zara (o Jordão, de Lua Cheia de Amor) também acompanhou Vivinha, sua mulher, na experiência e ficou entusiasmado.

-- É muito interessante. Principalmente o curso Sintonia porque você tem a possibilidade de encarar melhor a vida profissional e ter um relacionamento bem mais fácil com as pessoas – conta.

A descoberta dessa força também está ajudando Eva Wilma e Carlos Zara a terem sucesso na peça Love Letters (Cartas de Amor), em cartaz no Teatro dos Quatro, no Rio.

Quanto ao futuro, o casal pretende produzir três peças, entre elas duas comédias escritas por Juca de Oliveira e Miguel Falabella. E não esconde a receita de tanto pique:

“Quem quiser ser alguém na vida tem de estudar – ensina Eva. – Além disso, é preciso saber usar a imaginação. Pois, como disse Einstein, a imaginação é mais importante que o conhecimento.

Reportagem: Nair Lúcia de Britto”

__________
(*) Nota da jornalista:
Acredito que as informações obtidas nessa entrevista sejam úteis até hoje, além de ser uma grata lembrança. De volta ao presente, continuo vendo Eva Wilma (tia Iris), na novela Fina Estampa, da Globo, com a mesma alegria de antes.

Nair Lúcia de Britto

« Voltar