Tudo novo ou tudo de novo?
Às vésperas da entrada do ano 2013, em que provavelmente você festejará a virada do ano com fogos e um desejo imenso de ver o mundo sem tanta violência, injustiça, arbitrariedade, falsidade e preconceitos, eu gostaria de perguntar-lhe (e nesse "lhe" eu me incluo também):
· você continuará xingando no trânsito, mesmo sem ter razão?
· continuará entrando na fila dos deficientes físicos no Banco, só porque ela está mais vazia?
· se gabará de sempre levar vantagem em tudo, mesmo sabendo que fazendo isso estará sempre desvantajando alguém?
· continuará achando que mulher (ou homem) é tudo igual?
· viverá aconselhando: faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço?
· prosseguirá se orgulhando de: farinha pouca, meu pirão primeiro?
· antes ele do que eu?
· dada, até injeção na veia?
· toda semana jogará na Sena só para poder ter todos os bens de consumo que não pôde comprar até agora?
· continuará "secando" o carro alheio?
· hipotecando solidariedade, em vez de dar?
· mantendo sua cidade limpa somente em cartão postal?
· achando que tudo poderia ser bem pior?
· criticando os outros, sem ver seus defeitos?
· fumando, mesmo que a cada dia sua tosse esteja aumentando?
· escondendo seu orgulho sob uma falsa modéstia?
· acendendo uma vela a Deus e outra ao diabo?
· você continuará em cima do muro?
· não parará de mandar spam ou mensagens coletivas porque tempo é dinheiro?
· insistirá em achar que só o que você faz está bem feito?
· que hipócritas são só os outros?
· continuará prometendo, não cumprindo e se programando para o fracasso?
· acreditando no que os outros dizem, sem tirar suas próprias conclusões?
· ensinando seu filho, na base da porrada?
· adiando para amanhã o que pode viver hoje?
· querendo um amor, que com amor se paga?
· transando só virtualmente apenas porque é mais seguro?
· bebendo para esquecer ou para suportar a vida?
Camões já escrevia que "jamais haverá ano novo, se continuar a copiar os erros dos anos velhos". Então, espero que mudemos de comportamento, que rompamos com os padrões destrutivos diários, para que possamos ter a possibilidade de construir alguma perspectiva melhor, a começar já.
Quanto a mim, os balanços de fim de ano nunca os fiz: acho que quem tem que fechar sempre com saldo não é gente, é Banco. E por aniversariar no dia 1º de janeiro, sempre espero que no belo Dia da Confraternização Universal, as pessoas não estejam tão cansadas e arrasadas, pelos excessos da véspera, a ponto de não conseguirem vir me dar um beijo e um abraço amigo.
Leila Míccolis