Primavera

As folhas que medram tímidas fecham o ciclo do vento. Cada ponto verde é um sonho que espera lúcido brotar. E, no enlevo, forças de luz estendem fibras etéreas, cessando o tempo da espera.

Caminha o sozinho homem na sagração da sua bela (pois o sabe, dói-lhe um ponto); entre os brotos que falam os segredos de Antigos, ouve-se o rumor das cascatas e o pisar de passos leves. Breve brisa balança os braços de velhas companheiras de tristes noites, e as folhas farfalham sorrisos, pois vem o perfume das coloridas flores de finas iguarias...

De quem os passos se iniciam? Pois bem, lá está aquela de quem se diria maravilhas, cujo olhar se-lhe dirige à fronte, causa de sua dor de lado e da tão formosa solidão.

Rugem as feras soltas, caem águas... Primavera beija seu rosto.

Flavio Gimenez

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