Vodu

A pele negra brilhava, suave convite ao amor. Olhos firmes, seios altos, boca larga. os anéis do cabelo em riste, orgulho da cor, semeado de contas. O púbis altivo, cheiro e sabor.
Desejou-a tanto, na dança que, ao imaginá-la sua, fremente na lança, foi poderoso. E ela, ao longe, como enfeitiçada, sentiu-se trepassada por tanta paixão, e, em pleno pátio da tribo, agonizou no chão.

Tânia Diniz

Do livro: Rituais, Mulheres Emergentes Edições Alternativas, 1997, MG