Esse universo virtual

             

Desde criança, gostava de escrever cartas e enviá-las para os amigos que moravam na mesma cidade . Era uma troca deliciosa, embora causasse espanto àqueles que não estavam inseridos no contexto. Com o advento da internet, fui abandonando o hábito, mas dele me recordo com muita saudade.
O mais moderno meio de comunicação poderia ser perfeito se o correio eletrônico não fosse utilizado de forma compulsiva, sem critério. Regularmente, são feitos repasses de mensagens irrelevantes e, muitas vezes, duvidosas, sem que haja o menor cuidado em lhes verificar a procedência. Por quê não há mais trocas pessoais e menos envios generalizados? É a vitória da impulsividade, do imediatismo.
Há pessoas que parecem não ter vida própria fora dos domínios da internet, tamanha é a sua compulsão pelo correio eletrônico, utilizando-o sempre de forma insensata. Sequer lêem quando são alertadas sobre os envios excessivos de mensagens, pois sendo centradas em si mesmas, aquilo que lhes chega às mãos, infelizmente, não tem a mínima importância. Já nem comento sobre aqueles que vêm e vão, sem dar satisfação nenhuma.
Estou muito seletiva, confesso. O tempo voa e não pode ser desperdiçado. Felizmente, nos meus contatos, há quem chegue como raios de sol, iluminando a minha telinha. Poesias, prosas, pinturas, ou simplesmente, um como-vai-você... São essas pessoas de bom senso que me fazem permanecer.
Penso lançar em breve uma campanha em prol da utilização equilibrada dessa ferramenta preciosa que é a internet. Enquanto isso não acontece, faço um apelo: me poupem, por favor!
A propósito, como vai você, amigo?

Belvedere Bruno