A ORIGEM DO BULLYING É O PRECONCEITO?

             O fenômeno bullying acontece nas escolas, nos clubes, nos condomínios e até mesmo no trabalho. Onde quer que existam relações entre pessoas, provavelmente existirá alguém que queira se destacar apoiando-se no declínio de outro.
             Assim é o bullying, situações de violências físicas e morais concretizadas pelo autor das agressões que possui um único desejo: se destacar perante a turma. Do outro lado, encontra-se o alvo, aquele que mesmo sem ter motivado as agressões, as recebe gratuitamente. Esta é uma das características desse fenômeno.
             O fato das agressões acontecerem sem nenhum motivo que as justifiquem nos leva a pensar no preconceito. Porém, será que o autor de bullying escolhe seu alvo por ele ser alto, baixo, gordo, magro, usar óculos ou não? Apenas a aparência é o determinante para um indivíduo se tornar alvo?
             Pensar deste modo é comum, mas devemos tomar cuidado e entender os reais motivos que levam um autor de bullying a escolher seu alvo, evitando o preconceito e as rotulações.
             As características mais comuns entre os alvos são: timidez, pouca sociabilidade, auto-estima baixa e insegurança. Estas propriedades podem ser permanentes – quando fazem parte do temperamento e personalidade do indivíduo – ou, podem ser temporárias – quando passam a existir devido algum acontecimento ou fase da vida, como por exemplo: a mudança para uma nova escola.
             O autor de bullying escolhe seu alvo primeiramente por este possuir as características descritas acima e não por causa da sua aparência. Um indivíduo popular e que se expressa bem, dificilmente se tornará alvo, pois rapidamente daria um basta nas agressões. Ou seja, não é apenas pelo preconceito que se inicia um caso de bullying.
             O autor de bullying é motivado por possuir poucos freios morais. Falta-lhe o respeito ao próximo, as regras e a idéia do que é justiça. Na maioria das vezes, pouco lhe foi ensinado sobre limites, cidadania, ações e conseqüências. E, para agravar mais a situação do autor, as pesquisas nos indicam que este cresceu em um ambiente agressivo ou permissivo em excesso.
             Sendo assim, é muito importante entendermos que punições aos autores de bullying não resolverão os casos. O autor precisa da atenção responsável de seus pais e de sua escola, para que estes, unidos, possam ensiná-los, ainda que tarde, o que é viver em comunhão com o próximo.

Carolina Giannoni Camargo

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