Gramática On-line
CUIDADO COM A LÍNGUA!
Português instrumental é o conjunto dos recursos da Língua
Portuguesa mais utilizados no dia-a-dia, como instrumentos (daí
a adjetivação) de uma atividade profissional. Não
se trata de um idioma próprio de uma profissão; tratam-se
de aspectos próprios do idioma às vezes negados no exercício
cotidiano da profissão. São incorreções escritas
e pronunciadas que viciam o trabalhador, seja este um bancário ou
contabilista (que lidam mais com números), seja, no oposto, um jornalista
ou radialista (que têm na palavra escrita ou falada o esteio da profissão).
As incorreções de linguagem insistem em sobreviver e prosperar
no universo do ofício. O mal tem um enorme poder de sedução;
daí ser muito procurado, praticado, já tendo levado o cantor
Roberto Carlos a se perguntar por que que tudo que a gente faz é
imoral, é ilegal ou engorda. Este artigo traz, sem aprofundamentos
gramaticais, oportunas orientações para um melhor uso da
Língua... Portuguesa. Não estranhe se a orientação
dada lhe pareça... estranha. É que, de tanto repetir-se uma
pronúncia ou uma escrita de modo incorreto, a forma certa não
parece ter força para se impor. Às vezes os gramáticos
e os dicionaristas cedem ao uso popular e passam a considerar as novas
alternativas. Entretanto, nos casos abaixo, ainda não foram avalizadas
as pronúncias ou grafias que se repetem por aí, nas falas
e nas escritas de muita gente boa, onde se incluem colegas jornalistas
e radialistas, a quem pedimos especial atenção, pelo maior
efeito copiador/multiplicador que têm.
A NÍVEL DE - Está errado. O correto é: Em nível
de. A expressão equivale a "Em âmbito de", "Em termo(s) de".
Como não se diz "A âmbito de" ou "A termo(s) de", fale e escreva
sempre "Em nível de". Por exemplo: "Em nível de região,
o melhor seria elegermos mais deputados"; "A decisão encontra-se
agora em nível de Prefeitura".
SUBSÍDIO - A grafia da palavra está certa, mas não
pronuncie subizídio: a prosódia (pronúncia) correta
é sub-cídio.
MAXIMIZAR (maximização) - Significa "elevar ao máximo".
A pronúncia correta é massimizar (massimização),
e não maksimizar, maksimização Da mesma forma, pronuncie
mássimo, e não máksimo. Já a palavra maxidesvalorização
deve ser pronunciada maksidesvalorização.
CONCLUDENTE - A palavra não existe como nome de quem está
terminando (concluindo) um curso. O certo é concluinte, ou seus
sinônimos (formando, bacharelando, licenciando, graduando). Atenção,
escolas e universidades, atenção, jornalistas e radialistas:
Quem está concluindo um curso é concluinte, da mesma forma
que quem contribui é contribuinte e quem constitui é constituinte.
Se não se diz "contribudente" nem "constitudente", por que dizer
e escrever "concludente" (erro que se repete e se eterniza em placas de
bronze e de cimento)? Vale lembrar que a palavra "concludente" só
existe como adjetivo e significa "decisivo", "categórico" - como,
por exemplo, na frase: "A polícia apresentou provas concludentes".
(Obs.: A palavra "concluinte" é sinônimo (fora de uso) de
concludente, mas esta não é sinônimo daquela).
WATTS - Locutores e apresentadores, nas rádios e televisões, não gaguejam: pronunciam "vates". Desse modo, a unidade de medida de potência de rádios e TVs passa a ser feita em quantidade de poetas, que é o sinônimo de "vates". Assim, cabe evitar silabadas: a pronúncia correta de "watts" é "úóts". A palavra vem do nome do cientista James Watt, físico escocês que viveu de 1736 a 1819.
Edmilson Sanches