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Além das teorias consagradas (formalismo russo, estilística, new criticism, estruturalismo, semiologia), este livro apresenta agora a crítica neomarxista, a teoria da recepção, do pós-modernismo, pós-estruturalismo, a reflexão de Michel Foucault sobre a literatura, a desconstrução, a teoria pós colonial e a crítica do feminismo. Também introduz um capítulo sobre a dialética hegeliana e a crítica dos valores de Nietzsche devido à importância das duas chaves do pensamento no espaço pós-moderno. Dedica-se, ainda, ao estudo do best-seller, cinema e TV; ao belo, ao mito, ao trágico e ao fantástico; à crítica de Bachelard e à crítica psicanalítica; além dos conceitos básicos da teoria literária, definição do que seja literature a naturza do fenômeno literário.
 

Quem usufrui do privilégio de acompanhar as "Crônicas de Sábado",  do professor universitário, crítico literário, poeta e escritor Rogel Samuel reconhecerá no "Novo Manual de Teoria Literária", sua dicção singularíssima e seu método todo particular de organização de texto, aqui totalmente postos a serviço do melhor esclarecimento.

As crônicas circulam por sistema de lista para os assinantes, podendo também ser apreciadas no "site" literário de Rogel, um dos melhores da Internet, no qual, além dos trabalhos do autor, encontraremos rica seleção de textos de grandes escritores de ontem e de hoje.  Em relação às crônicas, o que chama a atenção é a solução ao mesmo tempo "pós-moderna" e altamente requintada, de considerável teor poético, com que são elaboradas.  Rogel revela-se um profundo observador, homem viajado em terras, céus, mares e livros.  Sim, muitos livros.  Na redação de suas crônicas ele intercala narrativas e considerações próprias com a colagem de textos de outros autores, sempre expressamente citados, e cuja disposição muitas vezes se dá muito mais pela utilização do critério analógico (poético, sonoro e contextual) do que propriamente lógico (episódico, retórico, seqüencial e linear).  Entretanto, longe de um resultado caótico, sempre emerge ao final um sentido unificador, no qual se revela o apuro de sua composição.

É exatamente o emprego de técnica semelhante que se percebe na construção do "Novo Manual de Teoria Literária", com a diferença de que aqui, fiel à proposta didática da obra, Rogel segue a cronologia dos principais acontecimentos, idéias e conceitos essenciais ao registro histórico e à compreensão do tema.

Desse modo, o livro se divide em oito tópicos principais, conforme o sumário: 1. Conceitos básicos da teoria literária; 2. Literatura. Natureza do fenômeno literário; 3. O belo. O mito. O trágico. O fantástico; 4. Gêneros literários; 5. As teorias críticas; 6. Literatura comparada; 7. "Best-seller", cinema e TV; 8. As teorias "pós-modernas".

Trata-se, portanto, de um amplo painel, ao mesmo tempo apresentado com síntese e clareza.  O resultado somente se torna possível pela notável capacidade do autor em organizar cada capítulo em ensaios que guardam o sabor de consistente crônica.  A teoria literária é apresentada ao leitor na forma de personagens históricas e conceitos, que vão entrando em cena, desde a Grécia Antiga aos dias de hoje.  Objetivo, filosófico e poético, o autor  sempre se concentra no mais significativo, intercalando cada momento ou conceito com citações apropriadas de grandes filósofos, críticos e escritores, que farão a alegria dos que gostam de colecionar pensamentos em suas anotações de leitura.  E assim como ocorre em suas crônicas, emerge ao final um sentido unificador: a íntima vinculação entre o fazer literário e o pensamento social predominante em cada época.  Não de forma subserviente, mas sim, estrutural e dialética.

Ricardo Alfaya
Jornalista, poeta, escritor. Editor do Nozarte Informativo Impresso e Eletrônico, com site pessoal em Blocos Online.

Poucas vezes li um texto tão bem condensado sobre teoria literária. Felicito-o pela plena realização, coisa rara no gênero.
Nelson Werneck Sodré

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