BLOCOS RECOMENDA:

O livro de Zenóbia 
160 páginas - R$ 29,50
Lamparina

A primeira obra de ficção da autora. Narrativa poética sobre a vida, os pensamentos e as emoções de Zenóbia, o livro tem passagens de intenso lirismo, delicadeza e humor sutil. A subjetividade oblíqua está presente nas descrições da vida amorosa e familiar da personagem, suas recordações da infância, receitas culinárias, lista de flores prediletas, livros de cabeceira e outros exercícios de classificação. Belo texto de orelha de Nelson Oliveira.

A autora:

Mineira, é professora de Teoria da Literatura da Faculdade de Letras da UFMG. Autora, entre outros, dos livros: Dos haveres do corpo (poesia, 1985), As vertins da lucidez: poesia e crítica em Octavio Paz (ensaio, 1995), A lição do fogo (ensaio, 1998), Triz (poesia, 1998), Vôo transverso (ensaios,1999), A palavra inquieta (organização, 1999) e a A memória das coisas (ensaios, 2004). Tem ensaios editados em diversas revistas nacionais e estrangeiras. 
Seu site na internet: <http://www.ufmg.br/esthermaciel>.

Texto da quarta capa

Zenóbia diz que a lírica, e não a crônica, define seu pacto com a vida e o sonho. Mas o trágico é o seu pathos , o seu idioma subterrâneo. Não é a dor que reluz o mundano? Mas atenta aos danos do patético, ela busca também no úrico, no irônico, o estranho de tudo. Sua luz, por isso, é de um branco quase castanho. Ou da cor do estanho, esse metal macio e insone.

Opiniões

Ilágrimas para Zenóbia (trecho)
Quando fui apresentada a O livro de Zenóbia e convidada a escrever sobre o personagem, o meu primeiro susto foi encontrar, ali nas páginas do livro, não exatamente uma personagem, mas uma figura. Zenóbia, com Z de seu nome, apontava, desde suas primeiras palavras (ou seus primeiros silêncios), não para as leis que fundam a representação — com o convencional destaque para as construções verossímeis —, mas para as leis da poesia que, afinal, se condensam nas fulgorizações dos nomes e das coisas. (...) De toda forma, posso dizer que a experiência de ler O livro de Zenóbia me transportou para um mundo de coisas absurdamente reais. E que de lá retornei um pouco zenóbia. Desde então, tenho vivido ilágrime.
Lúcia Castello Branco

Zenóbias
Primeiro foi  a estranheza do nome. Que recebeu vida do alto, diz pouco. A não ser que a queiramos como musa, filha de Zeus e da Memória. Há a estrela na testa! Filha da Memória ele efetivamente é, Memória não só do passado, também do futuro. Zenóbia salta de uma extremidade a outra com agilidade de fada. Isso quando não se instala no alto de uma goiabeira, lugar em que respira livre para imaginar, poetar, ser. Salta com ritmo. Freq"uenta palavras invulgares, tiradas de receituários, tratados, mapas, almanaques, ábuns, alfarrábios... Veste-se de imagens, de sonoridades insuspeitas. De tanto viajar por dicionários e livros, busca um país sem palavras, sem ritmos, sem sons. Da última vez que vi Zenóbia, ela residia num aceno e chamava para campinas sem relógios, sem fronteiras — Alhandra.
Donaldo Schüler

O livro de Zenóbia
Há livros que podem ser lidos antes de escrutos. Fulguram, ritmicamente, na espera silenciosa que antecede os riscos no papel. O livro de Zenóbia é assim, Livro necessário, para o qual se avaliam, com rigor atordoante, as principais potências da palavra. São mônades poéticas, que formam séries narrativas, que se entrecruzam na fluidez especulativa do ensaio. Daí a capacidade de ora ultrapassar, ora fazer retroceder a própria ação da escrita. Esta usina de refinamento de partículas verbais, que converte rarefação em densidades flexíveis, miudezas em aventuras do espírito, que cria seres mitológicos de tão humanos, já operva, desde sempre, como fonte do desejo que move a todos que amam a literatura. A nós, O livro de Zenóbia, belo e vital, se abandona.
Luís Alberto Brandão


 

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