Coluna 76
"Quando se é capaz de lutar por animais, também se é capaz de se lutar por crianças ou idosos.“Ensinem aos vossos filhos aquilo que nós temos ensinado aos nossos, que a terra é nossa Mãe. Tudo quanto acontecer à terra acontecerá aos filhos da terra. Se os homens cospem no solo, cospem em si próprios.” (Trecho da carta do índio)
Leitores queridos,
Segue mais uma coluna, mais um dia estou aqui trazendo textos dos quais gosto e por isso repasso para vocês e pedidos de ajuda, dessa vez para um Chow Chow, muito maltratado, mas que agora, graças a Deus, está com pessoas abençoadas que vão ajudá-lo e procurar um dono muito especial pra ele. Como estava com vários problemas, inclusive depressão, antes de ser doado precisa ser tratado e por isso conto com a ajuda de vocês, depositando qualquer quantia ou ajudando com remédios e ração. As informações estão no e-mail no final da coluna.
O primeiro texto retirei da lista de vegetarianos do qual faço parte e, sinceramente, fico feliz ao ver que algumas pessoas, ainda que poucas, pensem e coloquem no papel sua indignação contra o que tem sido feito ao meio ambiente, aos animais, aos humanos! O segundo retrata exatamente o que penso e sinto e apesar de antigo é mais atual do que nunca!
A falta de respeito só cresce e hoje em dia em vez de ficarmos unidos diante de tanta injustiça, colocamos nossa falta de cidadania em prática! A vida é feita de ciclos, a natureza também, mas não prestamos atenção na nossa relação com ela e cada vez mais catástrofes naturais virão, mais dias difíceis teremos e cada vez mais perderemos qualidade de vida! E com isso vamos nos afastando e sendo consumidos pelas eficazes propagandas, com belos produtos e “pessoas objeto”. Todos os dia perdemos nossa identidade, nossas crenças, nossa humanidade! Mas vamos ás compras, afinal de contas é quase Natal!
Abraços
Publiquei o seguinte texto em www.jornalguarazao.com.br:
Verão Vermelho 2005/2006
Há o morrer e há o viver. Para morrer em paz e para viver feliz é necessário preparo, é necessário crédito em nossas contas com a vida.
Um bloco de gelo de 10 m3, ao derreter, corresponde aproximadamente a 9 m3 de água. Durante o último verão no hemisfério norte, uma parte significativa das geleiras do pólo norte derreteu. Pois bem, estas geleiras flutuavam nas águas do Oceano Ártico. Agora, aproxima-se o verão no hemisfério sul. Continua o aquecimento do planeta. A máquina climática está sendo acelerada por nossas atividades que polui a atmosfera, polui os mares e destrói florestas. A natureza possui ciclos, o clima passa por ciclos e naturalmente há tempos de seca, de chuvas, de ventanias, furacões, terremotos e maremotos, entre outras calamidades. Como fruto de nossas atividades que aquecem a atmosfera teremos dias mais quentes, ventos mais fortes, secas mais cruéis e chuvas mais pesadas. Aproxima-se o verão no hemisfério sul do planeta.
Temo pelo que pode nos acontecer já neste verão que se aproxima. As geleiras do pólo Sul estão apoiadas sobre o continente Antártico e não sobre o Oceano Ártico, um verão inclemente aqui que leve ao derretimento destas milenares geleiras elevará os níveis dos oceanos, causando inundações, ondas e marés mais violentas nas cidades litorâneas de todo o planeta. Guaratiba é uma região litorânea. O Rio é uma cidade litorânea.
Há quem diga que para se conseguir 1Kg de carne de frango sejam necessários até 12Kg de grãos e para 1Kg de carne de vaca, até 17Kg dos mesmos grãos. Quantas refeições podemos ter com 12Kg de grãos e quantas com 1 Kg de carne de frango ou de gado? A cada vez que tais produtos são comprados é financiado o desmatamento de nossas florestas, seja para a formação de novos pastos, seja para o plantio de soja, milho e outros grãos que serão destinados a alimentar animais de corte. No entanto, podemos ter alimentos mais baratos, fontes de proteína mais saudáveis encontráveis nos cereais, nas castanhas, nozes e nos cogumelos...
Quando estamos preparados para o pior, melhor para quem se preparou. Continuando o aquecimento da máquina climática, os furacões serão mais devastadores, não sabemos até onde poderão subir as águas do oceano e podemos ter o dissabor de ver o pior. Portanto, é necessário que nos preparemos. Muitos perecerão (será já neste verão?) e os que sobreviverem deverão estar preparados para lutar em meio a condições adversas. Não sabemos quais de nós sobreviveremos e quais perecerão e portanto, é necessário que nos preparemos para morrer em paz , mesmo que em meio a turbulências e, nos preparemos para sobreviver em meio a condições adversas. Podemos procurar nos desenvolver espiritualmente e nos juntarmos materialmente para fazermos frente ao que virá e a começar pelo que já estamos enfrentando. Aqui em Guaratiba, podemos começar a nos unir para prestarmos socorro mútuo.
Temos vários necessitados e voluntários podem se comunicar com esta coluna para começarmos a cuidar dos nossos. Melhor começarmos a nos cuidar pois, o que podemos esperar do governo?
No entanto, há pessoas de bem dentro do aparelho do Estado. Alguma autoridade que não se identificou fez com que fossem feitas diversas incursões de fiscais à Estrada da Matriz, altura do número 7150, onde há uma retirada ilegal de barro do morro que vem acontecendo há muitos meses e fui informado que, recentemente os fiscais chegaram minutos após a fuga da máquina e dos caminhões. Corre o murmúrio de que há um delator dentro do poder público que avisa quando os fiscais estão se dirigindo ao local...O proprietário, Sr. Roberto Girão, ainda não nos enviou qualquer documento comprovando haver dado queixa contra a retirada de barro de seu terreno, o que teremos grande prazer em divulgar, desde que nos traga provas e não palavras.
Por outro lado, as autoridades poderão pedir à justiça que faça o proprietário reconstruir o morro e sua vegetação!
Carrefour - estive fazendo compras na loja desta rede que se situa na Av. Brasil, na altura de Guadalupe e tive o desprazer de ter de enfrentar uma fila enorme.
Como fiz poucas compras, fui para as "caixas rápidas". Lá havia somente dois funcionários, dezenas de pessoas na fila e solicitei que o gerente fosse avisado que estava reclamando. Você veio me perguntar o que estava acontecendo? Nem ele.
Hospitais, Postos de Saúde e Escolas: Tenho visitado o Hospital Pedro II em Santa Cruz e lá tenho notado falta de eletrocardiógrafo - ECG - na Emergência, já vi faltar exame de enzimas cardíacas para cardíacos, já vi um paciente com uma bala na cabeça não ser lá aceito e ser transferido para o H. Rocha Faria porque tanto o Raio X quanto o tomógrafo estavam quebrados.
No H. Rocha Faria as coisas não andam bem, nunca vi ECG em posto de saúde de emergência sob responsabilidade de nosso alcaide Sr. César Maia e nos seus ambulatórios os pacientes precisam aguardar meses por uma consulta. Os preços aumentam e há vários anos não são reajustados os pagamentos de enfermeiros, técnicos e médicos. Como andam nossas escolas? Nossa governadora Rosinha colocou no rádio anúncio dizendo que a renda per capita do Rio é maior do que a de São Paulo. Assim pergunto a nossa governadora: Excelência, então por quê as escolas, os hospitais, de São Paulo são melhores? Por quê as ruas e estradas de lá tem menos buracos? Por quê lá professores, enfermeiros, técnicos de saúde e médicos são mais bem pagos? O que a Senhora está fazendo com o dinheiro dos impostos que pagamos e os royalties que recebe do petróleo que o Rio de Janeiro produz?
Continuamos desenvolvendo atividades de meditação budista aos Sábados à tarde e nos esforçando para plantar árvores e assim contribuirmos para a melhoria de nosso saldo com a natureza, com a vida. Apareça, escreva para esta coluna.
Lino Guedes Pires
Participe de meu blog em www.gazzag.com - basta solicitar <linpires@yahoo.com> para ser incluido.
Fraternalmente,
Lino
Lino Guedes Pires M.D.
Rio de Janeiro RJ
Brazil
Fonte: www.jornalexpress.com.br/folhaverde
Amigos
Estive hoje pela manhã no CCZ do Rio e resgatamos um Chow Chow que estava lá há algum tempo.
Vimos vários animais para adoção e resgatamos este Chow Chow com depressão e muito traumatizado.
Ele necessita de um longo tratamento para recuperar do estado em que se encontra
Ele pode ter sofrido algum tipo de violência, pois ao nos aproximarmos para fazer carinho ou mexer no pescoço, ele não nos permite tocá-lo, mas ao mesmo tempo se aproxima das pessoas, quer ficar perto e parece pedir ajuda.
Ele é macho, preto e deve ter uns 3 anos.
É um animal visivelmente sofrido pelo abandonado e está muito maltratado.
De Chow chow só permanece com a juba e a língua azul.
Ele será tratado e esterilizado.
Temos pela frente alguns meses de tratamento e recuperação, pois ele tem sarna, fungos, desnutrição acentuada e as patas traseiras um pouco sem firmeza.
Então necessitamos mais uma vez a ajuda de todos para recuperá-lo e conseguirmos um bom dono para ele, pois da primeira vez ele não teve.
Sabemos que não será fácil, mas desejamos dar uma nova chance para este Chow Chow, que vamos chamar de Boris.
De imediato precisamos de :
- Cetoconazol comprimido 6 caixas
- Revolution 1 caixa medicamento veterinário
- Ephynal 400 ( Vitamina E) 2 caixas
- Ornitagin drágea 2 caixas
- Drontal comprimido 2 caixas vermífugo veterinário
- Citoneurim drágea 5.000 2 caixas
- Levedo de cerveja comprimido 2 caixas
- Ração pastosa em latinha
- Ração Pedigree Champion
Também podem ajudar com qualquer quantia e os depósitos podem ser feitos na C/C :
Banco Itaú
Ag. 0703
Conta 29426-4
Em nome de Andréa de Jesus Lambert
Pedimos para dar alguma indicação no deposito que é para o Bóris ou avisar para <anidaorg@yahoo.com.br> e <andrealambert@terra.com.br>.
Desde já, agradecemos a todos.
Mandaremos notícias da evolução do BÓRIS e podem visitá-lo, pois o contato e carinho de vocês podem ajudar na resocialização de Boris.
Para ajudar entrar em contato com :
Andréa cel. 9632-8115 / andrealambert@terra.com.br
ou
Lisete lisetegomes@superig.com.br
Em 1855, o cacique Seattle, da tribo Suquamish, do Estado de Washington, enviou esta carta ao presidente dos Estados Unidos (Francis Pierce), depois de o Governo haver dado a entender que pretendia comprar o território ocupado por aqueles índios. Faz já mais de cento e cinquenta anos. Mas o desabafo do cacique tem uma incrível atualidade. A carta:
“Como se pode comprar ou vender o firmamento, ou ainda o calor da terra?
Tal ideia nos é desconhecida.
Se não somos donos da frescura do ar nem do fulgor das águas como poderão vocês comprá-los?
Cada parcela desta terra é sagrada para o meu povo.
Cada brilhante mata de pinheiros, cada grão de areia nas praias, cada gota de orvalho nos escuros bosques, cada outeiro e até o zumbido de cada insecto é sagrado para a memória e para o passado do meu povo. A seiva que circula nas veias das árvores leva consigo a memória dos Peles Vermelhas.
Os mortos do Homem Branco esquecem-se do seu país de origem quando empreendem as suas viagens no meio das estrelas; ao contrário, os nossos mortos nunca podem esquecer-se desta bondosa terra pois ela é a mãe dos Peles Vermelhas.
Somos parte da terra e do mesmo modo ela é parte de nós próprios. As flores perfumadas são nossas irmãs, o veado, o cavalo, a grande águia são nossos irmãos; as rochas escarpadas, os húmidos prados, o calor do corpo do cavalo e do homem, todos pertencemos à mesma família.
Por tudo isto, quando o Grande Chefe de Washington nos envia a mensagem de que quer comprar as nossas terras, está a pedir-nos demasiado. Também o Grande Chefe nos diz que nos reservará um lugar em que possamos viver confortavelmente uns com os outros. Ele se converterá, então, em nosso pai e nós em seus filhos. Por esta razão consideraremos a sua oferta de comprar as nossas terras. Isto não é fácil, já que esta terra é sagrada para nós.
A água cristalina que corre nos rios e ribeiros não é somente água: representa também o sangue dos nossos antepassados.
Se lhes vendermos a terra, deverão recordar-se que ela é sagrada e, ao mesmo tempo, ensinar aos vossos filhos que ela é sagrada e que cada reflexo nas claras águas dos lagos conta os acontecimentos e memórias das vidas das nossas gentes.
O murmúrio da água é a voz do pai do meu pai.
Os rios são nossos irmãos e saciam a nossa sede; são sulcados pelas nossas canoas e alimentam os nossos filhos. Se lhes vendermos a terra, deverão recordar-se e ensinar aos vossos filhos que os rios são nossos irmãos e também o são deles, e que, portanto, devem tratá-los com a mesma doçura com que se trata um irmão.
Sabemos que o Homem Branco não compreende o nosso modo de vida. Ele não sabe distinguir um pedaço de terra de outro, porque ele é um estranho que chega de noite e tira da terra o que necessita. A terra não é sua irmã, mas sim sua inimiga e, uma vez conquistada, ele segue o seu caminho, deixando atrás de si a sepultura de seus pais, sem se importar com isso!
Rouba a terra aos seus filhos: também não se importa! Tanto a sepultura dos seus pais como o património dos seus filhos são esquecidos. Trata a sua Mãe, a Terra, e o seu irmão, o Firmamento, como objectos que se compram, se exploram e se vendem como ovelhas ou contas coloridas. O seu apetite devorará a terra deixando atrás de si só o deserto.
Não sei, mas a nossa maneira de viver é diferente da vossa. Só de ver as vossas cidades entristecem-se os olhos do Pele Vermelha. Mas talvez seja porque o Pele Vermelha é um selvagem e não compreende nada.
Não existe um lugar tranquilo nas cidades do Homem Branco, não há sítio onde escutar como desabrocham as folhas das árvores na Primavera ou como esvoaçam os insectos.
Mas talvez isto também seja porque sou um selvagem que não compreende nada. Basta o ruído para insultar os nossos ouvidos. Depois de tudo, para que serve a vida se o homem não puder escutar o grito solitário do noitibó nem as discussões nocturnas das rãs nas margens dum charco? Sou Pele Vermelha e nada entendo. Nós preferimos o suave sussurrar do vento sobre a superfície dum charco, assim como o cheiro desse mesmo vento purificado pela chuva do meio-dia ou perfumado com o aroma dos pinheiros.
O ar tem um valor inestimável para o Pele Vermelha, uma vez que todos os seres partilham um mesmo alento - o animal, a árvore, o homem, todos respiramos o mesmo ar.
O Homem Branco não parece estar consciente do ar que respira; como um moribundo que agoniza durante muitos dias é insensível ao mau cheiro. Mas se lhes vendermos as nossas terras, deverão recordar-se que o ar é, para nós, inestimável, que o ar partilha o seu espírito com a vida que mantém. O vento, que deu aos nossos avós o primeiro sopro de vida, também recebe os seus últimos suspiros. E, se lhes vendermos as nossas terras, deverão conservá-las como coisa à parte e sagrada, como um lugar onde até o Homem Branco poderá saborear o vento perfumado pelas flores das pradarias.
Por tudo isso, consideraremos a vossa oferta de comprar as nossas terras. Se decidirmos aceitá-la, eu porei uma condição: o Homem Branco deverá tratar os animais desta terra como seus irmãos.
Sou um selvagem e não compreendo outro modo de vida. Tenho visto milhares de bisontes apodrecendo nas pradarias, mortos a tiro pelo Homem Branco, da janela de um comboio em andamento.
Sou um selvagem e não compreendo como é que uma máquina fumegante pode ser mais importante que o bisonte que nós só matamos para sobreviver.
Que seria do homem sem os animais? Se todos fossem exterminados, o homem também morreria de uma grande solidão espiritual. Porque o que suceder aos animais também sucederá ao homem. Tudo está ligado.
Devem ensinar aos vossos filhos que o solo que pisam são as cinzas dos nossos avós. Ensinem aos vossos filhos que a terra está enriquecida com as vidas dos nossos semelhantes, para que saibam respeitá-la. Ensinem aos vossos filhos aquilo que nós temos ensinado aos nossos, que a terra é nossa Mãe. Tudo quanto acontecer à terra acontecerá aos filhos da terra. Se os homens cospem no solo, cospem em si próprios.
Isto sabemos: a terra não pertence ao homem; o homem pertence à terra.
Isto sabemos. Tudo está ligado, como o sangue que une uma família. Tudo está ligado. Tudo o que acontece à terra acontecerá aos filhos da terra. O homem não teceu a rede da vida, ele é só um dos seus fios. Aquilo que ele fizer à rede da vida ele o faz a si próprio.
Nem mesmo o Homem Branco, cujo Deus passeia e fala com ele de amigo para amigo, fica insento do destino comum. POR FIM TALVEZ SEJAMOS IRMÃOS.
Veremos isso. Sabemos uma coisa que talvez o Homem Branco descubra um dia: o nosso Deus é o mesmo Deus. Vocês podem pensar nesta altura que Ele vos pertence, do mesmo modo como desejam que as nossas terra vos pertençam; porém não é assim. Ele é o Deus dos homens e a Sua compaixão reparte-se por igual entre o Pele Vermelha e o Homem Branco. Esta terra tem um valor inestimável para Ele, e, se a estragarmos, isso provocará a ira do Criador.
Também os Brancos acabarão um dia talvez antes que as demais tribos.
Contaminem os vossos leitos e uma noite morrerão afogados nos vossos próprios detritos.
Contudo vocês caminharão para a vossa destruição cheios de glória, inspirados pela força do Deus que os trouxe a esta terra e que, por algum desígnio especial, vos deu o domínio sobre ela e sobre os Peles Vermelhas.
Esse destino é um mistério para nós, pois não percebemos porque se exterminam os bisontes, se domam os cavalos selvagens, se saturam os mais escondidos recantos dos bosques com a respiração de tantos homens e se mancha a paisagem das exuberantes colinas com os fios do telégrafo. Onde se encontra o matagal? Destruído! Onde está a águia? Desapareceu!
É o fim da vida e o início da sobrevivência.
Esta coluna é atualizada todas às segundas-feiras