Bárbara Bandeira Benevento 
Carioca,  psicóloga, solteira, 27 anos, trabalhou com deficientes visuais, é sobrinha-bisneta do poeta  Manuel Bandeira.
Leia também seu blog, no endereço: <http://www.amorracional.blogger.com.br>.  Na foto, nossa colunista com Sacha.

Coluna 96

"Quando se é capaz de lutar por animais, também se é capaz de se  lutar por crianças ou idosos.
Não há bons ou maus combates, existe somente o horror ao sofrimento aplicado aos mais fracos, que não podem se defender".
Brigitte Bardot

 

Queridos leitores,

Hoje gostaria de falar sobre dois assuntos:

O primeiro é o Anti especismo, pelo qual luto e em que acredito totalmente! Li um artigo no Jornal do Brasil, dia 25 de março, do Gustavo Bernardo, professor de Teoria da Literatura na UERJ e autor do ensaio - A ficção cética - e me identifiquei totalmente, parecia que estava lendo meus pensamentos. Ele descreveu exatamente o que sinto e o que desejo do fundo do meu coração. Está na hora de mudarmos conceitos, de evoluirmos, de pensarmos que também somos animais. Por que teríamos mais direitos do que os outros? Se pessoas já estão pensando dessa forma e um artigo sobre o assunto saiu no Jornal do Brasil, significa que estamos aparecendo, ganhando espaço, e se isso é o começo de um longo caminho, já considero uma vitória! Vamos continuar falando sobre o assunto, repassando artigos tão bons como esse (futuramente espero traze-lo para vocês)...

Somos todos iguais, animais racionais e irracionais e temos os mesmos direitos!

Outro assunto, também muito interessante e que mostra o quanto os animais são importantes nessa Interação Homem-Animal é a TAA (Terapia Assistida por Animais) e Atividades assistidas por animais. Sabemos, comprovadamente, os benefícios físicos e emocionais que essa relação proporciona, tanto para o ser humano quanto para nossos amigos! Estamos formando uma equipe multidisciplinar em AAA/TAA e espero contar com a ajuda de todos vocês... Vamos trabalhar em vários projetos - educação ambiental, adoção de cães já adestrados, conscientização em escolas, na comunidade (posse responsável, castração) e o primeiro AAA/TAA. Vamos ajudar comunidades carentes e animais também carentes, que se beneficiarão desse trabalho árduo mas muito recompensador...

Por isso trago um artigo sobre Cinoterapia, para vocês conhecerem um pouco melhor o trabalho feito com cães!

Abraços

 

Pedido da protetora Andrea Lambert - Contra animais em Circo, não contra os Circos

Pessoal,

Depois de ligar para os gabinetes dos senadores que vão participar da votação do relatório do PL 397/03 de autoria do Álvaro Dias e ter informação de assessores dos senadores do PT que eles votariam pela bancada, com indicação do partido, liguei para liderança de governo do PT no senado para saber qual seria o voto dos senadores do PT. Na liderança do governo do PT consegui falar com Vera. Vera, ao ver o andamento do projeto de lei, verificou que não tinha parecer no Ministério da Cultura e do IBAMA e portanto devem pedir vistas e adiar a votação. Se isto acontecer é muito favorável, pois teremos mais tempo de entrar em contato com os senadores para tentar impedir a aprovação de animais de circo neste projeto de lei.

A votação será às 11 horas e se possível liguem para os gabinetes dos senadores e solicitem para retirar os animais do texto do projeto de lei 397 de 2003 e deixar apenas outras questões relativas a circo.

É essencial ressaltar que não somos contra circos, somos contra a apresentação de animais e o sofrimento deles.

Somos a favor dos circos modernos com artistas talentosos. Inclusive os circos nos dias de hoje tem grande importância na inclusão social de crianças carentes, as retirando da rua, da marginalidade e dando uma oportunidade de trabalho. Várias ONGs fazem curso de circos, inclusive existem artistas brasileiros no Circo de Soleil, artistas que não tem oportunidade nos circos com animais.

Abaixo está relação dos senadores da Comissão de Educação do Senado e os números de telefones dos gabinetes.

Abraços,

Andréa Lambert

ANIDA - Rio de Janeiro

        • Demostenes Torres (PFL - GO)
          Tel.: (61) 3311-2091 a 2099
          Fax: (61) 3311-2964
          Correio:
          demostenes.torres@senador.gov.br

           

Cinoterapia

A terapia assistida por cães ajuda crianças, adolescentes e idosos a superarem seus limites

Renata Cristina *
15/06/2005

À primeira vista, quem desconhece o termo cinoterapia pode se questionar sobre o significado da palavra e logo pensar em uma espécie de terapia com sinos! Ou então, quando é explicado que essa é uma forma de terapia que utiliza o cão como co-terapeuta, pode haver uma confusão ainda maior: será que os cães se transformaram em psicólogos?

Vamos explicar então: na verdade, esse método utiliza o cão durante as sessões de análise, devidamente acompanhados de um profissional. Médicos, psicólogos, assistentes sociais e veterinários acreditam na capacidade desses animais de despertar emoções comunicativas no ser humano, facilitando o processo de autoconhecimento. Portanto, vulgarmente falando, o cãozinho poderia ser considerado um assistente de psicólogo!

É exatamente o que acontece com Nino , o cão da única terapeuta que utiliza a técnica em Juiz de Fora, Samira Rocha. De acordo com a profissional, a cinoterapia é indicada no tratamento de crianças e adolescentes com dificuldades de sociabilização e comunicação, assim como o autismo ou a agressividade. "O cão é uma ponte entre a criança, o adolescente e o terapeuta. Durante a interação com o animal são quebradas as barreiras", garante Samira.

A técnica é indicada ainda para o tratamento de comportamentos indesejados, como medos e fobias, além de traumas, como é o caso vítimas de abuso sexual. A psicóloga explica que nesse tipo de situação a criança tende a tornar-se retraída e o cão a auxilia a expressar sentimentos e emoções contidas. "O cão atua como "co-entrevistador", ou seja, as perguntas seriam dirigidas a criança, de forma lúdica, em nome do cão, tornando o processo de entrevista mais tranqüilo e interessante para a criança".

O método é válido para todas as idades e circunstâncias, mas no caso de idosos os resultados são também bastante satisfatórios. "Dificilmente, esses pacientes têm contato tátil freqüente. O cão irá estimular o carinho, a afetividade, justamente no momento em que são fortes os momentos de lembrança da história de vida".

Importância do preparo

Samira destaca a importância de se distingüir entre a atividade assistida por animais da terapia . "Para a atividade, não é necessário um terapeuta, ou seja, você pode levar um cão em uma creche ou asilo com alguma programação específica. Não é uma atividade voltada para uma pessoa determinada e não se faz registros exatos das visitas, assim como não há planejamento de tempo".

Já com a cinoterapia é preciso que haja um método e um profissional qualificado, baseado em estudos científicos. "Ela precisa atender os seguintes requisitos: para cada indivíduo são formulados objetivos precisos a serem alcançados. O processo deve ser documentado e posteriormente avaliado. Qualquer outro projeto que não satisfaça esses critérios é uma atividade assistida por animais", define.

Ainda assim, o cão deve ser domesticado e preparado para estimular o resultado desejado. Atualmente, a psicóloga trabalha com quatro cães com personalidades totalmente distintas. No caso de Nino, que é um cão amável e tranqüilo, ele pode auxiliar no tratamento de crianças com problemas de hiperatividade , por exemplo. Já os cães mais brincalhões e agitados são indicados para crianças ou adolescentes tímidos, com dificuldades de sociabilização. "Alguns dos pacientes chegam calados e saem falando alto, contando para suas mães as novidades daquele dia. Tudo isso gera surpresa por parte delas", revela.

Outro ponto importante, está na higiene desses animais. Um dia antes das sessões eles tomam banho, cortam a unhas e se necessário, são tosados. Samira explica que eles precisam da limpeza para tornar o encontro mais agradável e isento de riscos para a saúde.

 

Origem da terapia com animais

E, ao contrário do que muita gente pensa, a terapia com animais não é invenção da modernidade, não! Segundo estudiosos do assunto, a comunidade científica começou a estudar essa categoria a partir da década de 60. Em 1972, uma instituição inglesa para doentes mentais já introduzia animais como alternativa de tratamento para seu pacientes. No entanto, no século XIX, na Alemanha, em um centro para epiléticos com mais de 5 mil pacientes, era oferecida uma equitação terapêutica. 

*Renata Cristina é estudante do 8º período da Faculdade de Comunicação da UFJF


Esta coluna é atualizada todas às segundas-feiras