Beijinha, toda sol, luz e contrastes.
Beijinha, minha flor, minha maria-bonita, minha perpétua-olorosa
quando vem semanalmente do "Cão de Mel" de lacinho prendendo
a cabeleira lisa/leve/louca e, quando é preciso, aparadinha na franja
e baixios, pra não virar espanador de assoalho!
Leila gostaria de saber a sua raça e outros pormenores,
mas numa hora tão difícil pra mim, que só penso
naquilo = responsabilidade de arrebatar o Troféu Prêmio
Echo de Literatura pra centenas de mãos que o aguardam e para
isso trabalham com a gente, empenhadas nessa vitória, fazendo prevalecer
a justiça, a transparência, a retidão nesta Campanha
Pró-Míccolis.
Mesmo assim (depois a gente muda, né?: "Movem-se os tempos,
movem-se as vontades" como dizia o clássico poeta português)
posso adiantar que você é da raça llasa apso
(se é que estou escrevendo certo, longe, neste momento, da sua
carteirinha & RG) e a primeira de todos os caninos que tivemos,
sempre vira-latas (SRD = Sem Raça Definida) mas tão
amados, mimados e insubstituíveis como você agora, já
nos seus cinco anos de idade (eres una mujer hecha & derecha,
em termos nossos).
Que me surgiu do nada, quando fazia um ano que tínhamos perdido
a Sacha de maneira lenta e dolorosa, depois de 14 anos completos
no nosso convívio. Você, que veio preencher lacunas, logo
se apoderou das donas e da casa, dos parentes e amigos, dos admiradores
e da criançada na rua, pela sua meiguice congênita (dizem
que os monges do Tibet criavam sua raça, conhecida como apaziguadora
e auxiliar, mesmo em silêncio, de suas meditações contínuas).
"Meu cachorro quer falar, e não pode" escrevivera
Clarice Lispector em um dos seus constantes estranhamentos. Você,
que pode, não fala, por ter suspiros, guinchos, gemidos e sonhos
altos que nos revelam tudo, além de uma gama de au-aus que
vão da alegria à surpresa, do protesto à saudade,
do reconhecimento à sedução... e essa cauda abanando
por qualquer coisinha, ainda se no seu sono conversamos com você.
Clarice explicava que isso é o sorriso ou a risada do cachorro,
dependendo se lento ou acelerado, esse abano de rabo, completo eu.
Ficamos assim: "eu te gosto, tu me gostas/ desde tempos imemoriais"
(CDA) E quem vê foto não vê coracão,
hélas... Carminha