O CÃO SARNOSO
Meus surtos de poesia
parecem um cão sarnoso.
Ele coça, coça,
roça minhas pernas
e lambe toda
e qualquer parte do corpo
próxima ao seu focinho.
Dura pouco a insanidade.
Bastam algumas aplicações
sarnicidas e ele está ali de novo,
sacudindo a cauda,
fazendo festa, buscando amigos.
Mas a pele fica feia,
rugosa, insensível,
talvez nem mais interesse ao cão.
Medidas de que o tempo passa.
Celerado.Joaquim Moncks