Nº 2 - 21/8/2006 |
Precisamos fazer algo por nós
Gostaria de agradecer às inúmeras mensagens que recebi ao ser lançada a primeira edição de minha coluna. E declarar como as palavras que li aqui no Blog ou no meu e-mail pessoal aqueceram ternamente meu coração. Muito obrigada, queridos amigos que me acompanham persistentemente e estimulam meu trabalho. Mesmo numa época de tanta indiferença, podemos comprovar o quanto existem pessoas maravilhosas que se preocupam com seu semelhante. Isso eu comprovo todos os dias de minha vida.
É pena que o mundo esteja tão delirantemente perturbado com a dor de milhares de pessoas que sofrem a tortura cruel de guerras, conflitos e momentos atrozes.
Realmente não há como deter a violência, os preconceitos, o egoísmo, a indiferença assim como não o faremos com o progresso, a tecnologia e o crepitar do aperfeiçoamento em todas as ciências. Fatos positivos e negativos. Precisamos urgentemente lutar contra qualquer espécie de pessimismo que pode levar à depressão e ao desânimo doentio. Reclamar nunca resolveu nenhum problema, mas combater esse clima de negativismo é a arma ideal para conseguirmos manter-nos em pé.
Usar e proclamar nossos direitos, exigir dos homens públicos que eles mostrem a correção e lisura de seus atos é mais que um direito inalienável, é principalmente um exercício de cidadania.
Passamos metade de nossas vidas no conformismo ou no desespero. E nenhuma dessas duas opções será jamais salutar.
Há poucas horas estava desanimada, sentindo a opressão de constatar como o egoísmo e o interesse pessoal dominam o ser humano. E desejei olhar para o infinito, esquecer os problemas, ficar ali sem ao menos dizer uma palavra, certa que a culpa não era minha e talvez assim me sentisse melhor. De repente imaginei o quanto eu era mais culpada que todos que me rodeavam, por estar tão triste, desesperançada, culpando governo, homens públicos, políticos, e esquecendo de fazer algo por mim mesma e pelas pessoas que estavam próximas.
E justamente por ver e sentir que os impulsos violentos e a falta de generosidade existem é que precisamos nos erguer e caminhar, impedir que a morbidez de pensamentos passivos nos domine a ponto de ficarmos indiferentes e sem ação. Isso seria pior e mostraria uma fraqueza que, tenho certeza, ninguém gostaria de sentir.
O progresso é maravilhoso e fascinante, mas traz como seqüela de sua passagem indiscriminada avalanches piores que vulcões cavernosos.
Precisamos fazer algo por nós porque senão desmoronaremos ou nos adaptaremos a esse modelo mundial em que a lei do mais forte ou do de quem tem mais cacifes vencerá batalhas contra a honestidade, o amor, e verdade. Mais ainda, contemplaremos tudo isso com o conformismo dos fracos.
Brindemos à tecnologia e ao advento de um progresso que devemos proclamar com alegria, mas é nossa obrigação e único modo de sobrevivermos tentar afastar tudo pouco generoso ou covarde que está acontecendo no mundo, aí está a literatura simbolizada em palavras para que a usemos no sentido de tentar deter a supremacia dos mais fortes e a mídia existe não só para conflitar e confundir as pessoas, porém para esclarecer e fazer de seu ofício um meio eficaz de combater as alucinações de uma sociedade abusada ou insensível.
Nunca houve tantos casos de truculência, corrupção e impunidade, nunca tivemos que ouvir e presenciar tanta dor nas ruas, nos ônibus, nas universidades, nas residências e sentir o quanto estamos precisando fazer algo por nós .Jamais presenciamos abertamente ao cansaço de um universo inteiro.
A tecnologia e a ciência estão tornando nossas vidas mais confortáveis, prorrogando até o prazo de nosso tempo e intensificando o direito à saúde e ao bem estar, mas atinge em muito menos grau àqueles que não tem o privilégio de poder estudar com afinco ou ganhar um salário pelo menos digno.
Lutemos, brademos, procuremos defender direitos que são nossos e principalmente dos que caminham ao nosso lado já exaustos e sem forças, precisamos fazer algo por nós, precisamos!
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