TAO |
Nasceu do umbigo Brahma certa flor
na qual sentou-se cético um Shaman.
O mundo abriu-se em festival de cor
e um novo sol brilhou envolto em elan.
Na paz do ZEN encontram-se os opostos
o mal e o bem, já sem quaisquer sentidos,
não sabem mais da face dos dois rostos
porque no TAO transcendem-se reunidos.
Tal como um TAO, linguagem na poesia,
teu verso-lótus flui, assim, perfeito,
cantando a noite e encantando o dia.
Em sombra e em luz — montanha — eis o norte
e o sul do rio, confundindo em leito,
sim e não, tudo e nada, vida e morte!
Magda Regina Lugon Arantes
Do livro: "Saciedade dos Poetas Vivos - vol. VII", Ed. Blocos, 1995, RJ