Olavo em extremos ou Bilac
revisitado
(paródia
de "In Extremis")
Sempre gozar assim! Sempre
gozar em noites
Assim! de lua assim!
Que despida pernoites,
Quente! prontos aos meus os teus lábios
selados,
E molhando os teus os meus toques safados...
E uma noite assim! de lua
assim! Sim, verão
Se fará sempre incêndio, sem
meia-estação!
Chamas, brasas, faíscas, rubro fogaréu!
Gemidos nada brandos! O meu pau como troféu
Destrancando os portais, arrombando o casebre...
E em teu íntimo, o
céu. E este afã! E esta febre!
Nós dois... e, entre nós
dois, amante e libertino,
A acercar-me de ti, sempre mais, o destino...
Eu com o membro febril a
pulsar — vigoroso —
Por ti, tal o tesão desnorteio de
gozo!
Tu, fitando mexer entumescidamente
O sexo que bailava ainda há pouco,
recente,
O sexo que foi teu!
E eu dormindo! e eu dormindo
Sonho-te, e sonho a paz, e sonho a luz,
sentindo
Tão voraz sem ligar ao cansaço
que boda,
A carícia da foda! a carícia
da foda!
Urhacy Faustino
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