Textos veiculados na lista "Amigos de Blocos" em  fevereiro de 2002


Bom dia, Lurdes!
(Que sempre deu atenção a sua criança interior)

Desejo-lhe um bom dia
Deixe o ontem, que na curva se perdia
Deixe as preocupações sem moradia
Que o amanhã leve esta dor tardia

Que o Sol lhe chame cedo
Que a convide para um folguedo
Acorde disposta
Aceite a proposta
Afinal, não é sempre que o Sol
Delicadamente lhe puxa o lençol

Deixe que a menina
(Que mora aí dentro)
Ser hoje o seu centro
Sinta-se pequenina
Acompanhe os seu passos
Aceite seus abraços
Afinal, quem melhor que ela
para vestir roupa amarela?
O Sol saberá que menina é aquela

Deixe-a servir o desjejum
Afinal, seu café não é qualquer um
Lhe servirá a garota
Do leite uma só gota
Mas no pão, muita geleia
Pena que não há platéia
Que aplauda a marota.

Um passeio matinal
Não faria mal
Talvez você não se importasse
Que no parque ela brincasse

Ouça o riso dos pequenos
Ouça os sons amenos
Não estão cantando?
É o futuro que estão plantando...

Brinquem até cansar
Depois vão almoçar
Sirva-se em quantidade
De tudo o que tiverem vontade
E não esqueça a sobremesa
Afinal o pudim está uma beleza!

E ainda tem a tarde inteira
Para curtir cada brincadeira
Sem se importar nem um pouco
Que achem que é coisa de louco
E estarão juntas até o sol se por
E além... ela está sempre a seu dispor

E no fim do dia
Um jantar com boa companhia
O homem sonhado a seduziria
E a menina cheia de energia?
A ingenuidade dela não atrapalharia?

Não, pois a menina levada
Sabe que a mulher é amada
E também o quanto por ele é desejada
E saberá tornar a noite agitada
Temperando-a com uma fantasia apimentada.

Álvaro Alípio Lopes Domingues