Textos veiculados na lista "Amigos de Blocos" em  março de 2002


O Tempo do Homem

O tempo pontuou e o ponteiro maior
se escondeu e sua importância tola,
muda ficou atrás das doze badaladas.

Não ousou mostrar sua existência,
mas estava ali, e no minuto seguinte
apontou o que não parava de existir.

Sentia-se vivo e dominava o medo.
Importava-se em se saber o ideal
e a hora exata de se convidar, sim.

Naquele segundo depois e só voltaria
a ferir e rodar o que não mudava,
e confundir qual importância teria.

Um sem outro não existia e se viam
e se descobriam no minuto seguinte,
para se desconhecerem outra vez.

Como dois ponteiros em via circular,
uma ponta se destacava e se escondia
e se via ao longe meio distante, vai.

e novamente em hora cheia vai e vai
volta e vai e não descansa e vai e vai
e afronta e se mostra e se esconde e

vai e vai e só e vai e vai e vai e pensa
e vai e sente e vai e vai e vai e chora e
vai e vai só e vai e vai e morre e vai e...

Douglas Mondo