Nasci no Rio de Janeiro, sob o signo de Touro, com ascendente em Escorpião e Lua em Sagitário. Sou licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e meu primeiro emprego foi em um laboratório de hematologia, onde acumulei as funções técnicas e de escriba de trabalhos alheios — é sabido quem doutores nem sempre se dão bem com as Letras.

Casei-me, tive dois filhos, mudei-me para Florianópolis, virei estalajadeira, não necessariamente nesta ordem. Continuei escrevendo — cartas, propostas comerciais, circulares internas, defesas e matérias técnicas que não assinava.

Com o fim do casamento, interrompeu-se-me a carreira, já que as duas circunstâncias eram desvinculadas. Buscando novos caminhos, comecei o curso de Psicologia na Universidade Federal de Santa Catarina (USFC) abandonado um ano depois, por absoluta falta de paciência com a rotina dos bancos escolares.

Durante aquele curto período, entretanto, tive a feliz idéia de cursar uma disciplina optativa cujo conteúdo incluía a construção de páginas de Internet. À guisa de trabalho acadêmico, criei O Sítio da Emília, aproveitando minha condição de xará da boneca do Monteiro Lobato.

Passei a dedicar-me com afinco e prazer à atividade virtual, publicando de início apenas — mais uma vez — escritos alheios: humor, astrologia, prosa e poesia.

Há quase um ano, impulsionada pela força de uma dilacerante e incurável dor-de-cotovelo, iniciei no Sítio um diário pessoal, que me fez finalmente conhecer a delícia de escrever o que me dá na telha e do jeito que gosto. Junto, veio a surpresa ainda mais gostosa de saber-me lida e apreciada.

Depois de uma vida um tanto abafada, o ato de escrever, aliado às facilidades internéticas, faz-me acreditar que a verdadeira Emília é a roceira do Sítio — segura, espontânea, autoconfiante, brincalhona e séria, cercada de amigos que importam.

Esta página em Blocos deixa-me estufada de orgulho, confesso. É a maior evidência do meu crescimento pessoal e das portas que as palavras me abriram. Desde que conheci Leila Míccolis e Urhacy Faustino, tenho deles recebido admiração, estímulo, carinho e cada vez mais sólida amizade. Seu reconhecimento desta autora faz-me acreditar que ela existe.

Emília
Maricá, 02/06/2001