Nada foi escrito, para ser exata.
Vinte linhas tortas
Vinte e tantas linhas
Em que eu me arriscava
No escrever divino
Em que eu alinhava
Tua caligrafia
Com meu pulso fraco
Meus dedos de vidro.
Nada foi escrito
Na tela arredia.
Nada me foi dito, para ser sincera.
Algumas reticências...
Umas poucas sílabas
Em que eu procurava
O falar divino
Em que eu perscrutava
Tua algaravia
Com ouvidos trágicos
Ávidos sentidos.
Nada me foi dito
Na tua voz de harpia.
Nada me foi dado, para ser honesta.
Um troco de horas
Alguns vagos dias
Em que eu implorava
Ao saber divino
Em que eu indagava
Teu mistério explícito
Com olhos de espanto
Sob a névoa fria.
Nada me foi dado
Por tua mais-valia.
Nada foi escrito, para ser exata.
Vinte linhas tortas
Vinte e tantas linhas
Em que eu me arriscava
No escrever divino
Em que eu alinhava
Tua caligrafia
Com meu pulso fraco
Meus dedos de vidro.
Nada foi escrito
Na tela arredia.
Nada me foi dito, para ser sincera.
Algumas reticências...
Umas poucas sílabas
Em que eu procurava
O falar divino
Em que eu perscrutava
Tua algaravia
Com ouvidos trágicos
Ávidos sentidos.
Nada me foi dito
Na tua voz de harpia.
Nada me foi dado, para ser honesta.
Um troco de horas
Alguns vagos dias
Em que eu implorava
Ao saber divino
Em que eu indagava
Teu mistério explícito
Com olhos de espanto
Sob a névoa fria.
Nada me foi dado
Por tua mais-valia.
Inara Couto