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Entrevista com Virgínia Vendramini

    Perguntas de: Leila Míccolis

1 - Onde você nasceu?
        Presidente - SP.

2 - Reside em outro lugar? Qual e por quê?
        Sim, desde a adolescência, no Rio de Janeiro, porque sempre adorei esta cidade.

3 - Solteira/o? Casada/o? Filhos? Fale um pouco sobre o amor na sua vida.
        Solteira. O amor, na expressão mais comum, nunca foi forte o bastante para que abrisse mão de meus hábitos de solitária.

4 - Que livro(s) você editou pela Blocos (nome da obra e ano)
        Primavera Urbana (1997) e Matizes (1999) — livros solos, além da Antologia de Poetas Portugueses e Brasileiros (1996) e da Antologia Literatura Século XXI - vol. 1 (1998, participação e prefácio).

5 - Quais suas outras ocupações e preocupações, além da Literatura?
        Sou Professora de Literatura, mas gosto mesmo é de criar meus tapetes e procurar novas formas de expressão.

6 - Do que você se arrepende mais na vida? E do que você mais se vangloria?
        Arrependimeto é coisa inútil. Para que perder tempo? Não me vanglorio, mas me orgulho de ser uma pessoa com muita independência.

7 - Como você definiria sua obra?
        É só uma série de retratos interiores.

8 - Algum esporte? Alguma mania?
        Fiz ginástica obsessivamente durante 16 anos. Agora... Mania... acho que não.
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9 - Cite seus autores, músicas e filmes inesquecíveis.
        Música, o Adágio de Albinone. Autor, José Saramago e Fernando Pessoa.

10 - Alguma experiência engraçada, curiosa ou dramática ocorrida devido à algum texto (poesia ou prosa) que você escreveu?
        Bem, muita gente pergunta a meus amigos se sou eu mesma que escrevo, pois acham que a cegueira atinge também o cérebro.

11 - Vida e obra precisam caminhar juntas ou podem tomar rumos diferentes e até contraditórios?
        Depende da obra. A minha é tão modesta que não interfere em nada.

12 - Entre aquela viagem ou aquele carro que você tanto sonhou e a publicação de seu livro com tiragem de 10.000 exemplares, qual dos dois você escolheria?
        Sem dúvida, prefiro o livro, apesar de todos os problemas para colocar um livro no Brasil.

13 - Que personagem de ficção você gostaria de ser na vida real?
        Ser eu mesma já é muito complicado.

14 - Você já cometeu alguma gafe ou indiscrição literária?
         Que eu saiba, não... Mas, quem sabe?

15 - Qual seria (ou será) a maravilha do século 21?
        Apesar das promessas do genoma, acho que a paz ainda seria a maior maravilha.

16 - Você comemora o Dia Nacional da Poesia ou do Livro? De que forma?
        Quem trabalha no o magistério, mesmo que não queira, tem sempre de comemorar.

17 - Que autora ou autor você escolheria para ficar a sós numa ilha deserta e por quê?
      Prefiro ficar distante de meus autores amados. Assim não corro o risco de ver meus ídolos diluirem-se.

    Perguntas de: Fernando Tanajura Menezes

1) O que você gostaria de perguntar a um escritor? (consagrado ou não)
       Prefiro achar respostas na própria obra. As incoerências são menores.

2) Como escritor/poeta o que gostaria que lhe fosse perguntado em uma entrevista?
        O que me perguntam não me importa. O que importa é a maneira com que a pergunta é feita.

3) O que mais detestaria que lhe perguntasse se a entrevista fosse ao vivo?
        Detestaria ter de explicar o inexplicável.
 

    Perguntas de: Ricardo Alfaya

1) Por que você escreve?
        Escrever é uma compulsão. Nunca fez realmente parte de meu plano de vida.

2) O que você considera mais importante para que uma poesia seja classificada  como de boa qualidade?
        São tantas coisas...  Mas se forma e conteúdo estiverem em equilíbio, já é um grande passo.

3) Que autores influenciaram sua forma de escrever?
        Não sei. Sempre li muito e acho que bebi em muitas fontes, como dizem por aí.

4) Sente o escrever como missão, lazer, prazer ou como conditio para a sobrevivência? Você acha que poderia parar de escrever?
        Sim, poderia parar de escrever, embora goste muito. Mas tenho outras paixões: Meus tapetes e quadros.

5) No seu entender, o compromisso social é uma condição essencial para um bom  escritor?
        Às vezes escrever é doloroso, mas também um exercío de autoconhecimento.

6) Que influência a Internet exerceu em sua escrita?
        Não sou internauta fanática. Aliás, tenho pouca paciência com o computador. Por isso, acho que não mudou em nada minha maneira de escrever.

7) Você acha que sua escrita poderá vir a afetar de alguma forma a realidade?
        Nunca pensei nisso, mas sempre pode ser importante para alguém.

8) Que qualidade considera fundamental num escritor?
        Não se julgar perfeito, mesmo que consagrado.

9) A crítica literária ajuda ou atrapalha?
        Depende de quem a faz e de como é compreendida pelo autor.

10) É notório que existe uma quantidade enorme de escritores, sobretudo no campo da poesia, em detrimento do número de leitores. A grande quantidade é  para você um incentivo ou um desalento?
        Desalento mesmo é o descaso de nosso Brasil por educação e cultura. O resto dá pra levar. Quem for bom, acabará aparecendo.

11) O que acha que poderia ser feito, se  é que poderia, para que mais pessoas se interessassem pela literatura?
        Para começar, formar leitores desde a infância, não só na escola, mas na própria família. Já seria um avanço enorme.

12) Que ambiente você prefere para escrever?
        Preciso estar sozinha e em silêncio.

13) Manhã, tarde, noite - Existe um horário que lhe seja mais propício ao escrever ou isso lhe é indiferente?
        De modo geral, escrevo à noite.

14) Você utiliza algum artifício que o induza a um estado de espírito favorável à escrita?
        Não, nenhum artifício. Quando vem a vontade, escrevo.

15) O que é melhor: escrever ou ver publicado?
        O melhor mesmo é observar como as pessoas recebem seu texto.

16) Escrever em computador, à mão ou em máquina de escrever.  Faz diferença  para você?
        Não, nenhuma.

17) Qual a pergunta que você gostaria que eu lhe tivesse feito e que não fiz?
        As perguntas foram adequadas e suficientes. Não gosto muito de falar a meu respeito...