Brasil,
que oprimido chegaste
ao ano 2.000!
Eternamente deitado
em teu esplêndido berço,
és o exemplo do velho ditado:
“Não sabes da missa um terço.”
Entre a sonhada paz do teu futuro
e as festejadas glórias do passado
vives bastante inconsciente
de um presente
perverso, malvado.
Às tuas plácidas margens,
vivem crianças, jovens, adultos
colhendo os terríveis frutos
de constantes traquinagens.
Se o brado heróico e profundo
deste meu povo sofrido e calado
pudesse ser escutado
nos quatro cantos do mundo!.
Pudesse o sol da liberdade
brilhar vivo, forte, intenso!
Se o penhor da igualdade
pudesse ser como o penso!
Ah, meu Brasil de quinhentos anos!
O negrume do riacho da Independência
reflete as conseqüências
de atos insanos.
Se olhasses o teu reflexo
no espelho do Ipiranga
não reconhecerias jamais
tua própria imagem;
verias apenas a negra miragem
dos teus ideais.