Independência lírica ou Morte
Não fosse lírica minh´alma
Cortaria meu pulsos só para ver
Este sangue meu escorrer e molhar
Minhas mãos já tão exaustas
e cansadas
Mas que parar de escrever não conseguem
Dominadas por esta ânsia poética
De querer entender sobre TUDO
E NADA, sobre este humano SER
Que este meu coração rebelde
e sôfrego
Sempre tentou mas ainda não logrou
entender
Sobre encontros e desencontros
Sobre a humana tristeza e felicidade
Sobre a humana inveja e vaidade …
Sobre amores vãos não
correspondidos
Sobre Paixão, medo de Amar e (des)Ilusão…
Mas pelo menos agora compreendo
Que por maiores que sejam
Sofrimentos e privações físicas
Somente aqueles que profundas marcas
Deixam e logram ferir nossas almas
Conseguem provocar íntimas mudanças
A ponto de nos fazer crescer e evoluir …
E é por isso que …as margens deste fictício
Ipiranga que transborda de lágrimas
e emoções
Ceifadas por uma sociedade deslumbrada
Ainda por tecnológicos sonhos
e ilusões …
Indiferente aos meus sentimentos desnudados
Que lanço aos 500anos meu grito retumbante
CHEGA!
Chega de lamúrias e lamentações
Esta na hora de me libertar e alçar
vôo
De deixar esta areia movediça
e elameada
De rancores e pensamentos baixos e vãos
E partir para o Êxito que aguarda
Indelével por minh´alma ferida
Ferida mas calejada
Ferida mas renovada
Ferida mas rejuvenescida
E com firmeza e determinação
Seguir em frente ainda que solitária
Enfim plena , independente e solidária
E cumprir seu destino de cada dia mais
No concretismo de seu Poético altruísmo
Amar … a tudo , a todos …
Aos trancos e rodos…
Luis Ronconi