Contra o cidadão,
o pior dos males é a violência.
A pior violência, a mentira.
A pior mentira, a mentira política
— pois dela derivam todos
os outros males e mentiras.
Sei, bem sei, que se mente
até involuntariamente
inocentemente
inconscientemente.
Mente-se religiosamente.
Mente-se jornalisticamente.
Sem nenhuma economia, mente-se
economicamente.
Mas, principalmente, mente-se
politicamente.
E, politicamente, mente-se
freqüentemente.
E porque mente assim assiduamente,
já não mente o político
sorrateiramente,
"respeitosamente":
ele mente deslavadamente
descaradamente
de-sa-ver-go-nha-da/mente.
E por mentir — politicamente —
tão repetidamente,
tão constantemente,
o político mente... impunemente.
E porque se mente — especialmente politicamente
—-
tão impunemente,
chegamos à conclusão de que
— paradoxalmente —
já não vivemos em um País
de mentira:
vivemos em um País... demente.
Cidadão,
mais uma vez
chegou a hora da verdade
(ou da cíclica mentira):
ao votar na eleição,
não minta para você mesmo.
Vote com consciência.
Vote verdadeiramente.
Vote como quem dá uma porrada.
Pois, pelo jeito, só assim, um dia,
toda mentira será castigada.