Poderia ser uma alusão ao espírito de união do
Mercosul ou uma brincadeira para mexer com as rivalidades entre o dois
países, mas infelizmente não foi nada disso.
Ouvi essa afirmação ontem ás vésperas do
Brasil completar seus 500 anos. Foi a constatação de uma
imagem que nós temos aqui no velho mundo, no primeiro mundo, na
terra dos dominadores da história, dos desbravadores, mas que até
hoje não conhecem as terras novas. Fiquei estarrecido com os desvarios
que ouvi, coisas como "o país de um jogador chamado Maradonna?"
e olhe aí a Argentina no nosso caminho...
Ouvi respostas quando se perguntava o que se conhecia do Brasil, caras
de espanto, pausa para pensar e respostas como:
"Aquele país enorme, que faz uma festa grande uma vez por ano?"
"Ah que tem belos bumbuns?"
"Ah futebol, muito bom o futebol deles!"
"Aquele que havia um corredor que morreu nas pistas de F1?" que coisa
triste, não se lembrar do nome de um gênio como Senna.
O cidadão comum europeu não sabe nem onde fica o Brasil,
em que continente?
É triste e não apenas para nós, brasileiros,
pobres brasileiros do terceiro mundo, é mais ainda lastimável
para eles, os desenvolvidos, os donos das principais economias, os de primeiro
mundo!
Passamos uns míseros 500 anos, para apenas sermos lembrados
pelos estigmas: Mulher bonita, futebol e carnaval.
Pobre do Brasil que não conseguiu mostrar mais que isso? Pobre
desse povo inigualável, talentoso, que não vira as costas
para a luta, que merecia melhores governos e até uma história
bem melhor contada?
Pobre desses povos desenvolvidos, que não conhecem nada além
dos seus quintais, que não sabem nada do mundo, que não poderiam
ser considerados de primeiro mundo, pois não conhecem o segundo
ou o terceiro.
Parabéns assim mesmo Brasil, espero que eles tenham motivos
de sobra para o conhecerem nos próximos 500 anos.