DE ITAJAÍ A NAVEGANTESNada mudou nesta cidade pequena.
O velho cais range ao peso
do tempo e do vento.
O Dinamarca,
com suas paredes enegrecidas,
ainda recebe seus marinheiros;
o Texas também não mudou,
mas já não leio "welcome"
na sua placa vermelha.
A curva, o rio, a barca
e essas mesmas casas
nas tardes mortiças.
Crianãs que brincam
brincadeiras iguais
numa rua estreita de terra batida.O caminho conhecido
tantas vezes caminhado
e que me leva à tua casa
não é mais, porém,
o caminho que me leva a ti.
Liane Orzenchowsky dos SantosDo livro "Casa", Ed. Blocos, 1991, RJ