TORTO

              Para Valmir José Gomes de Sá

    Quando a morte trair
    e enganar a inteligência
    não pense em pedir clemência
    nem peça para sair.

    Vista-se co'a domingueira
    enfeite o leito com flores
    disfarce com mil odores
    a hora que é derradeira.
     
    No entanto, se alguém em ais
    liberta gritos primais
    em ânsias de despedida
    mostre-lhe um riso morto
    (o certo se escreve torto
    e apenas é o fim da vida!)

      Clóvis Campêlo

       
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