façanha

poema metalinguístico faz o meu amor
quando fecho os olhos e abro as pernas.



feria_dão

abriu e fechou o portão
varreu a porta da casa
pôs água na geladeira
deixou a louça lavada
e o moço
nada
deu voltas no quarteirão
contou as folhas das árvores
os ninhos dos passarinhos
os buracos na calçada
e o moço
nada
gastou sola de sapato
furou as meias que tinha
sentiu fome e cansaço
quebrou pratos na cozinha
e o moço
nada
bateu papo com o lixeiro
comeu feijão com farinha
tomou banho passou cheiro
vestiu roupa de domingo
e o moço
nada
a sua espera era rasa
larga e funda é a piscina

                              Líria Porto