Coluna de Rogel Samuel 
Rogel Samuel é Doutor em Letras e Professor aposentado da Pós-Graduação da UFRJ. poeta, romancista, cronista, webjornalista.
Site pessoal: http://literaturarogelsamuel.blogspot.com/

Nº 181 - 2ª quinzena de julho de 2010
(atualização quinzenal, dias 10 e 25)
Próxima: 10/8/2010

Para quê serve a Didática Geral?

Quando estamos na faculdade, nem sempre damos importância ao estudo da Didática. Mas é ela quem vai-nos dizer como ensinar, apropriadamente, com princípios claros, normas práticas de ação, programas, planos, métodos, recursos, procedimentos adaptados à realidade da escola, do aluno, do professor e do conteúdo. O professor deve ser um aliado, um soldado da educação, não um burocrata. Quem desconhece as teorias didáticas entra nessa batalha desarmado dos instrumentos necessários para o sucesso do seu magistério. O sucesso significa a satisfação, a felicidade com esta profissão.

O objetivo da pedagogia (não distinguimos aqui pedagogia e didática) não é dirigir, formar, mas motivar, resolver conflitos, contornar e simplificar complexidades. Nós, professores, não somos perfeitos. Mas devemos ser insistentes, constantes, irredutíveis nas nossas boas intenções. Quando assim agimos, os alunos sentem, sabem, e colaboram.

A educação é um processo social e individual.

Como social, desenvolve uma nação inteira. Como individual, supera dificuldades, imaturidades.

É impossível que todos os membros de uma sociedade sejam saudáveis, mas o que se quer é que a maioria não seja de marginais desajustados.

A educação nas escolas deve ser sistemática, organizada, planejada para ser completa. Como elemento complexo, a educação tem de ser planejada em todos os seus níveis, escalões, definindo princípios, objetivos a serem alcançados, normas, procedimentos, orientações.

Não existe a melhor técnica de ensino, mas a melhor possível de acordo com cada fragmento da realidade. Por isso, temos de examinar caso a caso, cada realidade objetivamente, cada situação dada.

A didática é comporta de cinco elementos: o aluno, o professor, os objetivos, os conteúdos a serem ensinados e a metodologia utilizada.

O aluno tem de ser visto como um ser humano, com as virtudes e dificuldades de todo ser humano, com suas tendências, interesses e reações. O aluno deve ser “aceito” tal como é, seja como ele ou ela for. Um ser humano, ainda que criança, para ser respeitado e a quem se pergunta: como posso ajudá-lo? O professor não deve querer moldar o aluno e transformá-lo, mas tentar desenvolver no aluno certas qualidades e potencialidades que já estão lá. Se encontra um aluno com tendência ao crime tem de saber como desviar essa potencialidade para o bem social e individual.

O professor é o motor do processo, estimula e corrige o rumo, alimentar o fluxo do processo, sem se envolver emocionalmente com os alunos. O professor tem de ser sempre um profissional, manter uma certa distância técnica entre ele e seus alunos. A relação íntima nunca dá certo: os alunos devem ver o professor com amizade, mas com respeito. Este é o limite delicado e sensível da boa e produtiva relação professor-aluno. Ultrapassar esse limite, transpondo esse nível, pode fazer surgir problemas de controle de classe, indisciplina etc.

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