Coluna de Rogel Samuel 
Rogel Samuel é Doutor em Letras e Professor aposentado da Pós-Graduação da UFRJ. poeta, romancista, cronista, webjornalista.
Blog pessoal: http://literaturarogelsamuel.blogspot.com/

Nº 303
1ª quinzena de setembro de 2016
(atualização quinzenal, dias 10 e 25)

AS BELEZAS DO SUTRA DO CORAÇÃO

Ele se chama MAHAPRAJNAPARAMITA-HRIDAYA SUTRA ou GRANDE DISCURSO SOBRE O CORAÇÃO DA SABEDORIA.  

E eu o leio sempre que me sinto angustiado, infeliz, deprimido, confuso, quando sinto tudo perdido, que o mundo acabou.

E o discurso começa como uma: “HOMENAGEM À SAGRADA PERFEIÇÃO DA SABEDORIA! “

E diz:

“Assim eu ouvi, uma vez o Abençoado (o Buda) permanecia em Rajagrirra, no Monte do Pico dos Abutres, junto com um grande grupo de monges”...

Sabe por que se chamava “Pico dos Abutres”? - Porque do outro lado da montanha havia grande e famoso cemitério, onde os cadáveres eram jogados para abutres, como forma de (último) oferecimento, o oferecimento do próprio corpo.

Pois bem.

Ali o Buda entrou em meditação enquanto o Nobre Avalokitesvara de repente “viu” que tudo era vazio.

E então, disse Avalokitesvara:

“Os sentimentos, a percepção e a consciência são vazios. Não existem características. Não existe nascimento, nem morte; não existe impureza nem pureza. Não existe aumento nem diminuição. Por isso, no vazio não existe forma, nem sentimento, nem percepção, nem consciência. Não existe olho, nem orelha, nem nariz, nem língua, nem corpo, nem mente. Não existe aparência, nem som, nem cheiro, nem sabor, nem tato... não existe nem velhice nem morte, nem fim da velhice ou da morte. Não existe sofrimento, nem origem do sofrimento, nem cessação do sofrimento, não existe caminho, nem sabedoria, nem apego, nem desapego...”

Tudo vazio.

Enfim, tudo é apenas mera projeção de minha mente, tudo uma fantasia, uma alucinação, projeção, invenção de minha mente, uma criação, uma loucura de minha mente.

 "Muito bem, disse o Buda, assim é, assim é.
Deve-se compreender o Coração da Sabedoria exatamente assim”, concluiu o Buda.

E por isso todos ali se alegraram, todos ficaram felizes, porque todos os problemas subitamente tinham desaparecido, eram vacuidade.

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