2ª quinzena de dezembro
Terminada a primeira etapa, o anjo corneteiro
deu o sinal aos querubins que, prontamente, se apresentaram para a importante
tarefa. E partiram em direção à região mais
fria daqueles confins celestes.
O velho, sentado à cadeira de balanço, abriu um sorriso quando viu aquele monte de cartas, com carimbos do correio angelical!
– Até que enfim alguém me escreve! Será que voltaram a acreditar em mim? Duendes, corram para o estoque e comecem a separar os presentes! Para cada pedido, um presente correspondente. Estamos de volta à ativa! – disse o velhinho, abrindo as cartas.
Um corre-corre danado! O velhinho sorrindo, os olhos cheios d’água.
– Como recusar o pedido de anjos que, num ato de sacrifício e dor, deram uma pena de cada asa e, com sangue e lágrimas, escreveram cartas em nome das crianças desamparadas da terra? – disse baixinho para si mesmo.
Nisso, entrou um duende apavorado:
– Solicito instruções, mestre! Nesta carta, a criança de 4 anos, pede apenas alimentos para que a mãe pare de chorar por não ter o que dar aos filhos! E nós não fabricamos nada disso! – disse o duende, apavorado.
O velhinho coçou a longa barba, então respondeu:
– Hoje iremos nos fartar é de alegria: ela alimentará nossos corpos e nossas almas! Pegue o que o menino pediu, na nossa cozinha; torne tudo novo e limpo e embrulhe para presente! Não se esqueça de colocar uns brinquedinhos: ao menos uma bola!
Nesse Natal, aquela mãe que chorava à beira do fogão, sorriu de felicidade ao ver os filhos alimentados e alegres jogando bola.
A estrela brilhou, mais uma vez, mostrando o sorriso da Terra.