COLUNA DE THATY  MARCONDES 
Na área empresarial, trabalhou na implantação de projetos de administração, captação e aplicação de recursos, e ainda em redação e revisão de textos técnicos. Nascida em Jundiaí, reside atualmente em Ponta Grossa/PR, onde exerce o cargo de Delegada na área Literária (Secretaria Municipal da Cultura).

1ª quinzena de agosto de 2010 - Coluna 134
(Próxima coluna: 18/8/2010)


Homem & Mulher

— Reflexões em 3 atos —

I

          Dois pontos de vista vendidos a prazo, com vagar. Sem pressa, pensados, pesados, prensados, em meio a tanta baboseira a que estamos expostos no dia a dia.

          “Dez vem quando esqueço que as mulheres, mesmo as crianças, têm ovários, útero. A menina, por causa disso, parece já ser dotada de uma força que se acumula no quadril e que fatalmente um dia se libertará. É preciso temer as mulheres - ninguém têm ovários, útero, impunemente”. – Rafael Guedes.

          Eles não sabem... Os homens não têm noção da inveja danada que a gente tem do que eles têm e que pra gente faz uma falta danada. É tudo sem nexo. Tudo ilógico. O real é abstracionismo puro da imaginação.

 

II

          Acho que minha mente é doente. Estou em dúvida se estes conflitos são próprios de um gênio ou do meu mau gênio mesmo. Enfim: chega de filosofar, pois acabou a cerveja e o gênio da garrafa não me deu um saco pra coçar.

          Passei na frente do sanatório, na volta do nada. Não consegui ler o nome e nem consigo me lembrar dos detalhes. Cheio de gente na porta. A fila da loucura. Se eu entrar, será que saio?

          Mais à frente do sanatório, em frente a uma filial da COPEL, tinha um boteco – uma vontade danada de ser homem, parar o carro, coçar o saco e pedir uma cerva! Andei mais e vi uma grávida toda de vermelho, como eu, e outra mulher que a acompanhava, andando e amamentando. Naturalidade tamanha que me deu orgulho de ser mulher.

          Mas ainda quero uma cerveja e um saco pra coçar!

 

III

          De repente sinto-me íntima da estrada. Já consigo calcular quantos goles, quando parar, quando voltar, onde chorar. Mas não sei onde me agachar escondida pra fazer xixi. O tal saco faz uma falta, nessas horas! Bastava parar, botar pra fora, mijar, chacoalhar, guardar e pedir ao dono do boteco: “amigo, outra cerva gelada!”.


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