"DIVERSOS CAMINHOS EM BLOCOS", POR ZANOTO

Jornalista famoso do Correio do Sul (Varginha/MG), desde 1950 mantém a coluna lítero-poética "Diversos Caminhos" naquele jornal.
Manteve coluna em Blocos Online de janeiro de 1998 a dezembro de 1999, e agora retorna à Internet, novamente através de nosso site.
C. Postal, 107 - 37002-970 Varginha/MG

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Colunaº 18, de 15/3
(próxima: 15/4)

1. ” Teu olhar adivinha
condores, estrelas?“
(Cassiano Nunes)

2. A noite começa e leio "mais que os nomes do nada", de Aricy Curvello: "(...) as palavras fazem crescer o mundo/ mas a língua não é a realidade/ nem a arte se assemelha à natureza"..."questão" ”não sei se mais um Ballantines ou ciências sociais?“ (Ledusha)

3. Hoje, o perfume é apenas uma lembrança. Na parede, me recordo, uma tela de Renoir. Então, ela nunca mais falou em advérbio, substantivos e conjunções. E a sua pinta na testa? A palavra, aliás, nunca lhe trouxe consolo. Outro dia, alguém me perguntou sobre a dança dos cabelos.

4. Faz-me o soluço da andorinha lembrar-me da urna grega, cantada por John Keats "(...) as melodias que já se fizeram são ternas porém mais/ ternas ainda são as não ouvida"...

5. Vila Barcelona dos operários diurnos e noturnos.*** Que beleza o livro dos ”Sonetos na corda do Sol“, do poetamigo Anderson Braga Horta!*** Van Gogh soube louvar a morte, e muito.*** Grande simpatia de P.H. Xavier pela poesia de Manuel Bandeira.*** "As reminiscências/ são visitas/ inconvenientes/ que nos pegam/ desprevenidos/ em noites de/ insônias." (Sônia Borges – M.ª Helena/ Paraná).

6. ”Escrever é propor-se a uma conquista permanente, ora do leitor, ora de si mesmo. Na verdade, quando me ponho a escrever, o que faço é forçar a iniciação dos indiferentes, como que acolhe em seus domínio os pastores de uma grande noite criadora, crioulas núbeis e jovens cegos de nascença." (Ascendino Leite). *** Teria Noel Rosa alguma relação com os trovadores medievais? *** Três imagens no mundo de Cesare Pavese (ele construiu uma personalidade espiritual )...

7. "Poesia é elite? Sim ou não? Por quê"? (SLMG nº 85 - 17.11.79). Responde Fernando Fortes: "Como substância, não, mas como produto acabado, sim. O povo não tem dinheiro para se alimentar de versos".

8. Divagações - Um dia eu te direi por que não falo/ de espenhos e punhais.// Mas nunca te direi porque me calo/ perante os temporais.// Quem gerou a vida no leito do rio/ profundo e tão sedento?// Que timoneiro audaz manobra este navio/ contra a fúria do vento? (Antonio Juraci Siqueira, Belém/PA - "Piracema de Sonhos")

9. Você já reparou como são fortes/ os versos fracos de Camões? (Manuel Bandeira).

10. Solitário

      Na esquina
      o homem
      cabisbaixo
      pensa...
      Consciência...
      Só na multidão!
      Barulho, explosão,
      nada caminha
      em sua direção.
— René Wander - Varginha/MG

11. Faço o que/ não gosto.// Do que gosto/ desfaço-me. (Donizette Galvão, SP/SP. Estes versos estão no poema "Contrato de trabalho", no livro: "As faces do rio", pág. 35). *** "Quem me dera estar aqgora onde está meu pensamento" (Folclore capixaba).

12. em que lado do globo
     terá cessado o
     diálogo da ovelha
     e do lobo
     ?
— Cassiano Ricardo.

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