"DIVERSOS CAMINHOS EM BLOCOS", POR ZANOTO

Jornalista famoso do Correio do Sul (Varginha/MG), desde 1950 mantém a coluna lítero-poética "Diversos Caminhos" naquele jornal.
Manteve coluna em Blocos Online de janeiro de 1998 a dezembro de 1999, e agora retorna à Internet, novamente através de nosso site.
C. Postal, 107 - 37002-970 Varginha/MG

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Coluna nº 68, de 15/12/2010
(próxima: 15/2/2011)

1. Não quero que a quietude desta tarde de domingo — é domingo no tempo e no coração — se transforme em espuma.

2. Zanoto, passei em Curiapeba no dia 18 de outubro passado. Viajei depois para Salvador (com Barrolo R. Fontoura, primo do Ely Rindinbunga F. Fontoura). Na saída de Curiapeba, vi o Talinho Malino de Menezes tocando sanfona. Convidei-o para saborear comigo e Barrolo panelada de costela de vaca. No dia 21 fomos para Ilhéus. Um alemão chamado Rosenbarten, que hora lá há mais de 20 anos, ficou nosso amigo e nos ofereceu várias rodadas de chope. No mais, um tormento nesta altura da jornada: a luta com a fraseologia do diário. Estou ouvindo Liszt. Zé Tino (Maragojipe/BA).

3. LOBOS SOLITÁRIOS
    É preciso
    ser um lobo
    nesses dias
    de cão.
         - Márcio J. de Mello (SP/SP)

4. PLANO
    A palavra engendra
    como tarefa
    o olvido.
    O veloz se antecipa
    carpindo medos
   alevantando torres
    interpostas

    O sino tange
     aos incompreendidos
         - Aymar Mendonça Lopes (Juiz de Fora/MG)

5. Há dias que não vejo o céu varginhense carregado de nuvens escuras, como nesta manhã de 29 de julho, contrastando com o verde dos cafezais. Mas as pessoas que levantam cedo e logo saem para o trabalho estão cientes de que não haverá chuva. O asfalto das ruas não está nem aí para as nuvehs. Há fumaças dançando sobre alguns terrenos. Lembro-me contemplar um céu igual, num dia de inverno tenebroso.

6. Este comentário acima me leva a outro escrito num caderno diário, em 22 de junho de 1955: Andando do Bar Recreio para o Bar Capitólio, vou vivendo a vida varginhense e ouvindo histórias sobre gente conhecida e algumas desconhecidas. 'Você sabe o que aconteceu com a sicrana? E com o fulano?' Pois é bem possível que a sicrana, naquele momento, estivesse na cozinha, preparando o almoço, atarefada. E o fulano, no serviço, abarrotado de trabalho. O caso é que há muitos méritos no andar das horas. As pessoas nem sempre são o que pensamos ou falamos. Não considero boas as conversas Senado. Não são bons os papos de bar.Nem as conversas de esquinaas. Não queremos nem devemos ser anjos despojados de luz.

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