SACIEDADE DOS POETAS VIVOS DIGITAL - VOL. 4 |
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FERNANDO PAGANATTO -
Paulistano (com pouco orgulho), sou estudante de Ciências Sociais da Universidade de São Paulo, colaborador de Blocos coordenando a seção de crônicas de viagens. Como palpiteiro, escrevo colunas para a internet no portal 40graus.com. Como poeta, iniciante que sou, resumo-me a algumas páginas na internet . Publiquei, de abril a junho de 2006, em blog, cinqüenta capítulos que, escritos na hora, quase diariamente, sabe-se lá como, formaram um romance (endereço: http://romancedefolhetim.zip.net). Mantenho mal e porcamente um blog pessoal no endereço http://literatice.zip.net . |
Retalhos
Os dias em casa começam
no nosso acordar,
e são um eterno acordar
de corações já temerosos.
Uma eterna partida
na qual só há um time em campo.
É difícil saber em que lado jogar.
E nesse eterno acordar,
é preciso mais que espírito esportivo.
É preciso descer
onde a vontade e a vaidade
nunca enxergarão.
Às vezes, por exemplo,
devemos levantar mais cedo que o normal
só para que as coisas
de normalmente,
permaneçam como no normal.
Às vezes é preciso medir as palavras
porque nem sempre
elas têm o mesmo tamanho.
Às vezes estão gordas ou grandes o bastante
para nem passarem pela garganta.
E às vezes, assim naturalmente,
devemos cobrir as tristezas,
para não as vermos,
com uma colcha de retalhos
(retalhos feitos por cada par de nossas mãos).
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