SACIEDADE DOS POETAS VIVOS DIGITAL - VOL. 4

FERNANDO PAGANATTO - Paulistano (com pouco orgulho), sou estudante de Ciências Sociais da Universidade de São Paulo, colaborador de Blocos coordenando a seção de crônicas de viagens. Como palpiteiro, escrevo colunas para a internet no portal 40graus.com. Como poeta, iniciante que sou, resumo-me a algumas páginas na internet . Publiquei, de abril a junho de 2006, em blog, cinqüenta capítulos que, escritos na hora, quase diariamente, sabe-se lá como, formaram um romance (endereço: http://romancedefolhetim.zip.net). Mantenho mal e porcamente um blog pessoal no endereço http://literatice.zip.net .

Contatos: fernandopaganatto@yahoo.com.br
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           Cria vigiada

Visita ao Tigre

Retalhos

     

           Máquina doméstica

Jardineiros

Um vácuo

 

Máquina doméstica

A máquina sem maquiagem.
A máquina esculachada.
O ir e vir constante de seus cilindros
(cilindros sem esmalte).

A máquina doméstica
Máquina renegada
Ao diário trabalho do destrabalho
(o trabalho de quem não descansa)
E cada homem que trabalha,
Com cada filho,
É filho da máquina
(a máquina esculachada).

E mesmo em seu tempo de maior glória
Ante os duros anos de desprezo
(não usava-se formol),
A máquina (renegada máquina)
Continua o vai e vem
dos cilindros no destrabalho.
Estes cilindros sem esmalte.

E ao final dos dias,
Não bastante o lucro descabido,
Lucro de uma vida inteira
(uma vida lavada e passada),
Que fabricou,
A máquina sem maquiagem
Reage
E deita-se pronta
pronta para mais um ir e vir
pronta para mais um esculacho.

Fernando Paganatto
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Fernando Paganatto

 
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