AS AMAZONAS - Orgulho de uma raça, Danna D.
CAPÍTULO IV
No palácio, em Atenas, comentava-se que Teseu não mais
amava sua linda Hippolyta. Seus olhares voltavam-se, cheios de
luxúria, para a sensual Fedra, a quem teria, inclusive, prometido
casamento.
A reação da Amazona ao se sentir desfeiteada fora terrível.
Enraivecida ao extremo, não hesitara em convocar suas antigas
guerreiras. Queria, a todo custo, vingar a afronta sofrida.
Ao saber que as Amazonas dirigiam-se a Atenas com a intenção
de destruir a cidade e resgatar sua rainha, Teseu inflamara-se de
ódio contra Hippolyta.
Como ousara a mísera criatura investir contra o pai de seu filho?
Assim pensando, chamava-a pelo nome, aos gritos, jurando matá-la
assim que a encontrasse. Todavia, ao irromper, em seus aposentos,
a visão de sua beleza esplêndida o emudecera. Vestindo
uma diáfana túnica amarelo ouro, que ressaltava-lhe
o sinuoso corpo claro e a vasta cabeleira negra, mais parecia uma deusa
adormecida. Teseu, embevecido, ajoelhara-se a contemplá-la.
Hippolyta, propositadamente, usara deste artifício para amansar
o amante.
Assim, quando o viu a seus pés, fitou-o amorosamente e com sua
voz melodiosa interpelou-o:
– Então, não me queres mais?
Teseu podia esperar por tudo, exceto tamanha docilidade. Sucumbiu,
arrependido, tomando-a em seus braços:
– Perdão, minha rainha. Perdão, meu amor.