Nº 1 - 6/9/2006 |
Cadê a alegria?
Nos tempos conflitantes de hoje em que a violência impera com tanta ênfase e a mídia transmite guerras, conflitos, doenças e desgraças, crianças e adolescentes reagem até com indiferença acostumada a ouvir notícias e assistir cenas grotescas que se apresentam a cada minuto.
De que forma poderemos convidá-los à felicidade e enfatizar o horizonte glorioso, a natureza na primavera que vem chegando com suas cores vibrantes, e ressuscitar os momentos em que já vivemos de prosperidade e expectativa?
E isso quando observamos o olhar opaco da juventude e a incerteza que se instala em seus corações como poderão encarar o futuro?
Precisamos ensiná-los, dar o exemplo, mostrar o dom maior da solidariedade e dizer que isso tudo que acontece no mundo inteiro e é descrito tão friamente é apenas uma fase que a humanidade atravessa e não é natural e nem carrega as emoções de um filme de suspense.
Principalmente esclarecer ainda nos bancos do colégio que em qualquer idade as nossas responsabilidades e a importância de nossos atos são proporcionais ao que praticamos.
Nesse tempo em que crimes hediondos são cometidos filhos matam pais ou avós, colegas se trucidam, pessoas inocentes são torturadas e a indiferença é manifestada, como poderemos provar que nascemos para ser felizes e que a solidariedade é o maior instrumento de luz e brilho em nossas vidas?
Como resgatar o entusiasmo ou influenciar nos jovens ânsias por ideais lúdicos e tão necessários para sua formação psicológica nesse momento em que a humanidade não conhece a palavra união ou paz? Cadê a alegria?
Onde está o sorriso espontâneo e natural, esperança no olhar, vivacidade em brincadeiras sadias, certeza no porvir, entusiasmo a cada passo do caminho e que quase não encontramos hoje em dia em nossos adolescentes? Cadê a alegria?
Essas crianças precisam conhecer os limites que são necessários a uma boa e sadia educação mas para isso é imprescindível que os adultos compreendam a necessidade do sorrir, da felicidade saudável, do encanto de podermos apreciar o horizonte sonhando com a fé e o crédito que devemos dar aos anos que se seguem.
Temos que lutar por uma boa educação e tornar possível a felicidade praticando em nossa vida particular o que também exigimos dos outros, do governo, da nação, dos políticos e de todos que encaminham o mundo de hoje.
Votar bem, não esquecendo que depende de nós o sorriso de nossas crianças amanhã e os atos que praticarão no dia a dia que se aproxima. Se formos displicentes exercendo nossa cidadania a ponto de escolher o primeiro nome que aparece porque é primo de nosso amigo, conhecido de nosso irmão ou simplesmente porque nos atraiu a simpatia, então cadê a alegria das crianças que ainda virão? E das que se tornarão os homens e mulheres que encaminharão o mundo que surgirá depois?
Estamos no mês da primavera, sol inundando nosso país, flores de todas as cores e aromas, o céu azul e maravilhoso, a poesia de nossos cantos, sensações que entram na alma como um hino de amor, alegria resgatada para ser entregue às nossas crianças, adolescentes e àqueles pequeninos que sentem pela primeira vez o oxigênio que os conduzirão à vida.
Alegria, alegria, fé, paz, reestruturação de nossos ideais e ainda assim perguntamos para que ela jamais se afaste: Cadê a alegria?